terça-feira, 31 de dezembro de 2019

O grande golpe

“The killing”, de Stanley Kubrick (1956) Adaptado do livro “Clean break”, de Lionel White, “O grande golpe” foi lançado em 1956 e considerado uma das grandes obras-primas do mestre, tendo inclusive se tornado referência como narrativa para os filmes de Tarantino, “Cães de aluguel” e “Pulp fiction”, por conta de sua estrutura não linear de roteiro. Kubrick se associou ao produtor James Harris e juntos fundaram a produtora Harris/Kubrick. “O grande golpe” foi a primeira produção da dupla. Lançado comercialmente, o filme, adquirido pela United Artists, foi um grande fracasso, apesar de ter sido bastante elogiado pela crítica. E foi por causa do filme que Kirk Douglas convidou Kubrick para dirigir seu projeto ‘Glória feita de sangue”, e logo depois, ‘Spartacus”. Jonnhy Clay é um bandido libertado da prisão após 5 anos de encarceramento. Ele resolve convocar um grupo de colegas para assaltar o Jockey clube no dia di grande prêmio, um feito jamais alcançado por qualquer um. Com o dinheiro, Jonnhy pretende se aposentar dos assaltos e seguir para Boston com sua namorada, Fey. As coisas saem do controle quando a namorada de um dos integrantes do grupo, Sherry, entrega o esquema para o seu amante, Val, combinando dele e seus capangas assaltarem o grupo após o roubo. O filme é considerado um dos grandes clássicos do cinema noir, contendo toda a sua linguagem de gênero: narração em off, femme fatale, fotografia em preto e branco, uma trama policial, um protagonista que é um anti-herói. A cena final é uma das mais primorosas da história do cinema, localizada na pista do aeroporto, em uma conclusão moralista mas ao mesmo tempo, fatalista. Direção requintada de Kubrick, auxiliado por um ótimo elenco que esbanja charme e carisma. Atualmente, o filme faz parte da Critterion Collection, dedicada às grandes obras da sétima arte.

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