quinta-feira, 12 de dezembro de 2019
Judy: Muito além do arco íris
"Judy", de Rupert Goold (2019)
Em 1o lugar, um Oscar urgente para Renée Zellweger. Em 2o lugar, preparem os lenços, porquê é impossível não chorar nos 10 minutos finais, quando Renée canta a música que todos querem ouvir.
O filme, baseado na peça teatral "End of the rainbow", de Peter Quilter, narra o último ano de vida de Judy Garland. Estrela máxima de Hollywood, considerada a 8o maior estrela americana de todos os tempos pela American Film Institute, e protagonista de verdadeiros clássicos do Cinema, como "O mágico de Oz"e "Nasce uma estrela".
Entrecortado com flashbacks mostrando a insegurança de Judy adolescente enquanto filmava "O mágico de Oz" e o assédio moral que o produtor Louis B. Meyer produzia nela, a obrigando a tomar remédios para dormir, acordar, emagrecer e a fazendo se sentir feia e gorda. Judy, nascida Frances Gummer, passou a vida toda tomando remédios, se tornando alcóolatra, viciada em drogas e barbitúricos. Morta aos 47 anos de idade, em 1969, Judy foi uma das histórias mais trágicas do Show Bizz.
O filme mostra Judy na decadência, sem ter onde morar, sem dinheiro, pulando de galho em galho com seus 2 filhos pequenos (Liza Minelli, filha de outro casamento, tinha vida independente). Totalmente falida, Judy aceita se apresentar em Londres por 5 semanas em uma casa noturna, mas ela paga um preço alto: tem que deixar seus filhos com o ex-marido.
O filme é tecnicamente impecável: fotografia exuberante e glamurosa de Ole Bratt Birkeland, direção de arte, figurino, maquiagem, tudo primoroso para poder trazer o luxo e glamour de Judy. O roteiro é acadêmico, mas é graças à Renée Zellweger que o filme se tornará memorável: absolutamente impressionante como Judy, a atriz volta a brilhar no cinema, depois de um tempo ofuscada por escolhas na vida pessoal que a prejudicaram ( a cirurgia que ela fez há anos atrás). Renée é o grande trunfo do filme: a composição corporal, o olhar trágico, a sensação der vazio, tudo está ali, em performance antológica. Renée pode não ter a voz de Judy, mas faz uma linda homenagem. E sim, a sua cena final, é de arrancar o coração.
O elenco de apoio é todo excelente, principalmente o cast inglês, com participações de excelentes atores, como Jessie Buckley e Michael Gambon.
Para todos entenderam a grande importância de Judy para a comunidade LGBTQI+ do mundo inteiro, homenageada no filme por um casal gay de meia idade: foi no dia que anunciaram a sua morte, que aconteceu a revolta no bar Stonewall, em Nova York, data declarada mundialmente como o dia da luta dos direitos da comunidade.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário