quinta-feira, 12 de dezembro de 2019

O traidor

"Il traditore", de Marco Bellochio (2019) Ambiciosa produção que retrata 2 décadas na vida de Tommaso Buscetta, um dos mais poderosos mafiosos da Cosa Nostra, a Máfia Siciliana. Desde jovem Tommaso começou a trabalhar em negócios escusos ligados a tráfico de drogas, por conta de sua origem humilde. O filme começa em 1980, mostrando Tommaso (Pierfrancesco Favino) morando no Rio de Janeiro e casado com a brasileira Maria Cristina (Maria Fernanda Cândido), sua terceira esposa. Tommaso comandava os negócios com entorpecentes na América do Sul, até que foi preso por policiais da ditadura militar. Ao ser preso, Tommaso tentou se suicidar, mas não conseguiu. Com sua esposa sendo ameaçada de morte, Tommaso aceita fazer delação. Extraditado à Itália, ele foi ao tribunal. Arrependido, ele denuncia centenas de mafiosos, sendo que 366 foram presos. Tommaso foi considerado um traidor e teve sua cabeça colocada à prêmio. Foi extraditado para os Estados Unidos, e com medo de ser assassinado, mudou seu nome e fez cirurgias plásticas, até morrer de câncer no dia 2 de abril de 2000. "O traidor" é uma co-produção Brasil e Itália e competiu no Festival de Cannes 2019. O drama, co-escrito por Bellochio, tem 145 minutos de duração. Seu ritmo é arrastado principalmente a partir do 2o ato, quando começam as sessões no tribunal. O 1o ato, que acontece todo no Rio de Janeiro, é mais dinâmico pois apresenta a rotina dos que rodeiam Tommaso: mafiosos e rivais sendo assassinados, como nos filmes de Coppola. Mas depois o filme fica bastante burocrático, e se salva por conta das performances principalmente de Pierfrancesco Favino. não sou um grande fã dos filmes de Marco Bellochio, principalmente quando ele faz filmes históricos e de grande orçamento, como também em "Vincere". Prefiro os seus filmes menores e mais autorais, como "O diabo no corpo", seu melhor trabalho, e "A bela que dorme", um ótimo filme sobre eutanásia.

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