domingo, 22 de dezembro de 2019

Amazing Grace

"Amazing Grace", de Alan Elliott e Sydney Pollack (2018) No ano de 1972, a Rainha do Soul, Aretha Franklin, já havia lançado 21 discos de bastante sucesso. Mas ela queria voltar para as suas raízes: o pai dela era Pastor Batista, e Aretha passou boa parte de sua adolescência cantando em coro Gospel. Foi assim que nasceu a concepção do Album "Amazing Grace", até hoje, o disco do gênero mais vendido na história. Os produtores do disco resolveram gravá-lo ao vivo, convidando o Pastor James Cleveland, um coral Gospel e o Maestro Alexander Hamilton, além de convidados ( Micke Jagger entre eles) e fiéis, mesclando negros e brancos convivendo harmonicamente em uma época aonde o preconceito racial ainda era forte e segregador. Para a direção do documentário que seria realizado e lançado junto ao disco, foi convidado o Cineasta Sidney Pollack, que na época, já havia ganhado muitos prêmios por filmes como "A noite dos desesperados"e por isso, tinha um grande conceito. Sidney Pollack, no entanto, não tinha experiência com musicais, e filmou tudo sem claquete. Esse grande erro técnico inviabilizou a edição de imagem e de som do filme, pois era impossível sincronizar sem claquete. Aretha decidiu embargar o projeto do filme, Em 2007, o produtor Alan Elliot comprou o material bruto do filme, e resolveu editá-lo com equipamentos modernos e dedicando 4 anos de sua vida para finalizar o projeto. Em 2011 quiz lançar o filme, mas Aretha proibiu. Somente após a morte de Aretha, em 2018, é que foi possível lançar o documentário. PAra quem for assistir, é inquestionável o poder das imagens e da cantoria de Aretha, um furacão em cena. Rodado em uma Igreja bem simples, as imagens dos fiéis em catarse, do coral enfurecido na cantoria, do Pastor James Cleveland chorando quando Aretha canta "Amazing Grace", tudo tem um valor inquestionável. Um registro histórico de direção de arte, figurino, maquiagem impressionantes. E a beleza de se ver a mistura de raças entoando canções Gospel, as peles encharcadas de suor de Aretha e de todo mundo do coral, dando o máximo de si, já fazem valer assistir ao filme. Muita gente reclamou da falta de depoimentos e bastidores no filme. Na verdade, ele é o show filmado. Assistam, mesmo que não goste do gênero musical. É muito bonito.

Nenhum comentário:

Postar um comentário