domingo, 29 de dezembro de 2019
Macho
"Macho", de Antonio Serrano (2016)
Comédia mexicana de grande sucesso, "Macho" infelizmente vai ficar conhecida pelo crime bárbaro que aconteceu com seu co-astro, Renato Lopez: 2 dias após o lançamento do filme nos cinemas mexicanos, o ator foi assassinado, junto de seu agente, por um cartel de traficantes em uma região rural próxima à capital. Eles estavam indo encontrar um suposto produtor que queria contratar Renato para uma campanha local. Não se sabe o motivo do crime. Muito triste, pois, pelo seu belo e divertido trabalho aqui na comédia, era possível perceber que Renato tinha uma grande carreira pela frente.
"Macho" é uma comédia que lida com a questão da aceitação da homossexualidade e de como as pessoas se apropriam do termo LGBTQI+ para ganhar dinheiro no mundo fashion.
Evaristo Jimenez ( Mario Rodarte, um grande astro mexicano) é o estilista de alta costura mais famoso e celebrado de sue país. Famoso pelo seu temperamento arrogante e por praticar bullying em suas modelos e sua equipe, Mario esconde um grande segredo, que somente sua assistente pessoal, Gigi, conhece: Evaristo é hetero e por debaixo dos panos, transa com suas clientes e modelos. Mais: se faz passar por gay para ganhar o apoio das entidades e comunidade LGBTQI+. Quando uma equipe documental grava sem querer uma transa de Evaristo com uma cliente, rapidamente Gigi propõe que Evaristo arrange um namorado para abafar possíveis fofocas. A isca é Sandro (Renato Lopez), o estagiário da Maison. O problema é que Sandro se apaixona de verdade por Evaristo, sem saber que na verdade, tudo faz parte de uma armação.
Aos olhos do politicamente correto, o filme é todo um erro: apropriação da cultura LGBTQI+ para poder ganhar dinheiro, homem que transa com todas as mulheres possíveis e muita homofobia. Fosse há uns anos atrás, o filme teria sido um sucesso. Uma possível refilmagem do longa teria que modernizar muito o foco que a sociedade cobra em relação ao universo queer e feminino, mas mesmo assim, é possível ver qualidades no filme: os atores estão ótimos e são bastante carismáticos. A produção é bem caprichada: direção de arte, figurinos, fotografia. Eu confesso que gargalhei bastante em alguns momentos, em outros fiquei irritado com o caminho do roteirista. Um filme polêmico sem dúvida, mas que merece ser visto justamente para poder ser reavaliado e discutido sobre os novos caminhos do entretenimento em relação às minorias retratadas nas telas do cinema.
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