quinta-feira, 26 de dezembro de 2019

Esquadrão 6

"6 Undergorund", de Michael Bay (2019) Michael Bay criou uma linguagem para o universo cinematográfico que qualquer espectador consegue reconhecer. Para o bem ou para o mal, toda as vezes que você assistir a um filme e metade de seus planos forem em câmera lenta, tiverem muitas explosões, tiros, atropelamentos, mulheres deslumbrantes em trajes sumários, protagonistas heróicos tirando onda, um ufanismo patriótico ao nível máximo, trilha sonora repleta de rap e o maior de todos os chavões, pelo menos unas 10 cenas no entardecer ou amanhecer, não tenha dúvida: é um filme de Michael Bay, Absolutamente em todos os seus filmes, essa linguagem é recorrente. Eu ainda incluiria o verdadeiro massacre de civis que acontece em todas as suas produções, seja "Pearl Harbor", 'Armageddon", todos os filmes do 'Transformers" e agora nesse que parece ser uma nova franquia, "Esquadrão 6". Eu sempre fiquei estarrecido como morre gente nos filmes de Bay, e como ninguém faz uma menção sequer a essa chacina de civis. Essas pessoas todas parecem que existem somente para servir ao bel prazer sádico de Bay, de ver pessoas explodindo, sendo atropeladas, levando balas perdidas, sendo bombardeadas. Em 'Esquadrão 6", eu já fiquei chocado logo no início: todo o prólogo acontece em Florença, e a cidade , a sua arquitetura, suas ruas históricas e os turistas são detonados em menos de 5 minutos. Tudo bem que a cidade de Florença tenha permitido filmar ali, ganhando milhões de dólares, mas ao custo de muito exculhambação e contra a imagem do local, inclusive sacaneiam a estátua de Davi, de Michelangelo. Ao custo de 150 milhões de dólares, que cobre a viagem de toda a equipe à uma dezena de países pelo mundo ( Itália, Hong Kong, Uzbequistão, Etc), o filme é encabeçado por Ryan Reynolds e tem como roteiristas Paul Wernick e Rhett Reese, que escreveram os 2 filmes "Deadpool". Quem assistiu a essa franquia sabe que não deve esperar pelo politicamente correto. Aqui, os heróis saem matando e chacinando todo mundo, não deixando ninguém vivo. A política dos heróis é: já que o Governo americano não faz nada, nós faremos". E quem são eles? Ryan Reynolds interpreta um bilionário ( Alô Brice Wayne, alô Stark) que cansado de ver a população mundial sofrendo na mão de ditadores tiranos, resolve simular a sua morte e assim, ficar no anonimato. Ele recruta 5 outros renegados pelo mundo todo e juntos, os 6, cada um apelidado de um número e sem saberem nada da vida pessoal do outro, se unem para acabar com a tirania de grandes vilões. Cada um do grupo tem uma habilidade: espionagem, parkour, tiros, medicina, etc. O filme é pretexto pura e simplesmente para, em quase 130 minutos de filme, deixar o espectador burro, cego e surdo com tanta explosão, tiros, assassinatos por segundo que se possa imaginar. Edição frenética, câmera em constante movimento. É um video clip interminável. Troque os Transformers pelos espiões e você terá o filme. O desfecho? Claro, aquela imagem de todos andando em câmera lenta, fodões, ao som de música rap. Ninguém tinha dúvidas disso. Ryan Reynolds repete aquele mesmo tipo que ele já ficou famoso: boa gente, todo estiloso, falando mil palavrões e com barba por fazer. Sö faltou a máscara do Deadpool.

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