domingo, 8 de dezembro de 2019

História de um casamento

"Marriage story", de Noah Baumbach (2019) Poderoso drama com toques de humor dirigido por um dos maiores diretores do cinema independente americano, Noah Baumbach. São deles alguns dos melhores filmes da última década: "A lula e a baleia"e "Francis Ha". Noah Baumbach tem como tema comum em boa parte de seus filmes as relações entre casais e o desgaste da rotina. Adam Driver e Scarlett Johanson interpretam o casal autobiográfico, baseado na história real do relacionamento entre Noah Baumbach e a atriz Jennifer Jason Leigh. Inclusive a traição citada no filme foi, na vida real, com a a atriz Greta Gerwig, com quem Noah se casou logo depois e protagonizou alguns de seus filmes. Adam Driver ja havia trabalhado com Noah Baumbach em seu filme "Enquanto somos jovens". Agora ele interpreta Charlie, um diretor de teatro alternativo, casado com a atriz Nicole, musa de suas peças, e pais de Henry, um menino de 8 anos. A família mora em Nova York, mas Nicole é de Los Angeles, cidade para a qual ela vai com Henry quando é convidada a protagonizar uma série de tv. Nicole e Charlie estão em crise no casamento, e por conta disso, Nicole entra com o pedido de divórcio, para desespero de Charlie, que teme perder a guarda de Henry. Impossível não se lembrar de "Cenas de um casamento", de Bergman, "Kramer Vs Kramer" e alguns filmes de Woody Allen. Noah Baumbach alterna com brilhantismo drama e um fino humor ao apresentar cenas da rotina da separação do casal. Algumas cenas são antológicas, muito por conta do excelente trabalho de todo o elenco, incluindo o pequeno Azhy Robertson, no papel de Henry, Alan Alda e Laura Dern, nos papéis dos advogados de ambos, Merritt Wever como Cassie, irmã de Nicole e Martha Kelly, no papel da assistente social. É dela a cena mais hilária do filme, quando ela vai entrevistar Charlie em seu apartamento. O filme tem 2:16 horas, metade de "Cenas de um casamento", de Bergman, que tem quase 5 horas. Mas é o tempo suficiente para ficarmos acachapados com performances vitoriosas, e um roteiro contundente e muito verdadeiro, evitando contornos novelescos. Imperdível.

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