sábado, 21 de dezembro de 2019
Retrato de uma jovem em chamas
"Portrait de la jeune fille en feu", de Céline Sciamma (2019)
Escrito e dirigido pela cineasta francesa Céline Sciamma, realizadora de premiados dramas que discutem a questão do Gênero, como 'Tomboy", "Garotas" e "Lírios brancos".
Em "Retrato de uma jovem em chamas", Céline Sciamma realiza seu primeiro filme de época. Ambientado no final do século XVIII, somos apresentados à Marianne (Noémie Merlant), uma professora de artes e pintora que é convocada para fazer a pintura de Heloise ( Adele Haenel), uma jovem que irá se casar em breve, contra a sua vontade. Marianne não deve dizer que irá fazer uma pintura de Heloíse, pois irá configurar o laço matrimonial, e sim pintar escondida. Marianne é apresentada como dama de companhia e assim, durante as caminhadas, observar os trejeitos, o rosto e corpo de Heloíse. No entanto, essa aproximação fará com que as duas mulheres sintam os impulsos do amor e da paixão.
O filme me lembrou bastante "A criada", drama sul coreano de Park Chow Woo também sobre a relação de duas mulheres que descobrem o amor, em uma relação de patroa e empregada. Dirigido com bastante sensibilidade e com um belo trabalho das duas atrizes principais,
Retrato de uma jovem em chamas"concorreu no Festival de Cannes 2019, de onde saiu com o prêmio Queer Palm, dedicado a obras de temática LGBTQI+. Com um ritmo bastante lento e contemplativo, o drama certamente agradará ao espectador em busca de um projeto mais artístico e que tenha o tema do empoderamento feminino, mesmo que em uma época aonde a sociedade era patriarcal e machista. O curioso é perceber que os homens somente aparecem no início e no desfecho do filme, mesmo assim, como figurantes ou elenco de apoio. O filme é delas, sororidade em nível máximo.
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