domingo, 15 de dezembro de 2019

Pureza

“Pureza”, de Renato Barbieri (2019) Pureza Lopes Loyola. O filme “Pureza” é sobre essa mulher extraordinária, interpretada com garra e força por uma espetacular Dira Paes, uma mulher de Barrabal, interior do Maranhão e que hoje luta contra o trabalho escravo no Brasil. Durante os anos 90, Pureza era apenas uma mulher que trabalhava em uma olaria, fabricando tijolos. Ela se alfabetizou aos 40 anos para poder ler a Bíblia. Religiosa, ela educou seus filhos com paixão. Quando seu filho Abel revela que quer ir até o Para em busca de um emprego melhor no garimpos, sua mãe reluta. Mas Abel tem a ambição de subir na vida e vai embora. O tempo passa e Pureza não tem notícias do filho, e decide ir atrás dele. Ela acaba sabendo pelo Padre local (Cláudio Barros) que os fazendeiros contratam desempregados para trabalharem em suas fazendas. Pureza de oferece como cozinheira e vai parar em uma fazenda comandada pelo cruel capataz Narciso (Flavio Bauraqui). Pureza acredita que seu filho está em uma das fazendas, mas acaba testemunhando a crueldade dos capatazes contra os empregados. Pureza é levada até Brasília pelo Padre e conhece Elenice, uma representante do Grupo Móvel de combate ã escravidão. Mas os burocratas de Brasília querem provas, o que faz Pureza retornar à fazenda de onde fugiu. Bem dirigido por Barbieri, que conduz o filme com afinco , o filme parece um faroeste com enquadramentos retirados de filmes de Sérgio Leone. A fotografia de Felipe Reinheimer é retratada com cores bastante dramáticas. O elenco todo, trabalhado pelo preparador de elenco Claudio Barros, está fantástico, alternando atores profissionais e amadores. Meu único senão é em relação à trilha sonora, excessivamente grandiosa e épica. Faltaram momentos de silêncio que refletisse melhor a angústia da protagonista. Curiosidade: o filme tem como um dos produtores o premido fotógrafo Affonso Beato Asc, que trabalhou com importantes diretores no mundo, entre eles, Almodóvar. Marcus Ligocki Júnior, produtor de Brasília quem produz. Um filme obrigatório pelo tema contundente .

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