domingo, 1 de dezembro de 2019
Bixa Travesty
"Bixa Travesty", de Kiko Goifman e Claudia Priscilla (2018)
Super premiado documentário LGBTQI+, vencedor do Prêmio Teddy no Festival de Berlin 2018, dedicado a obras com temática lgbtqi+, além de outros importantes prêmios em Festivais mundo afora.
Dividindo o palco, os depoimentos e sua carreira com a amiga Trans Jup do Bairro, Linn da Quebrada afirma que ambas defendem a voz da Mulher negra, favelada e trans através de seu ativismo político e social e também usando as letras de músicas compostas por ela. O filme apresenta cenas de palco, depoimento gravados em um estúdio de rádio cenográfico, um pouco da rotina familiar de Linn com sua mãe e também material de arquivo de quando Linn se chamava de Lino e Laura, até assumir a trans que ela é hoje em dia.
É impressionante o discurso de Linn, muito assertivo e contundente. Muito dos depoimentos são divertidíssimos, arrancando gargalhadas da platéia. Os momentos registrados de Linn em sua intimidade com sua mãe ( fazendo questão de ser chamada de ELA e não ELE, além de ambas tomando banho no chuveiro) são emocionantes e muito reveladores. Mas o momento mais político e visceral é quando surgem vídeos e fotos de Linn durante o seu período de convalescência de um tratamento de câncer pelo qual ela passou por uma pesada quimioterapia. Liin expõe seu corpo nú, de forma explícita, para deixar claro qual corpo ela possui, mostrando Ânus e genitália. Apesar de se auto proclamar mulher cisgênero, Linn apresenta um corpo com genitália masculina. O filme quer deixar claro que a discussão acerca de gêneros está apenas começando.
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