segunda-feira, 23 de dezembro de 2019

Golfinho de borracha

"Rubber dolphin", de Ori Aharon (2018) Selecionado pela CInefondation do Festival de Cannes em 2018, destinado a filmes realizados por estudantes de cinema, "Golfinho de borracha" foi escrito e dirigido por Ori Aharon, baseado em experiências pessoais. Ori realizou esse filme durante seus estudos na Steve Tisch School of Film and Television em Tela Aviv. Um excelente drama LGBTQI+, "o título se refere a uma fala do protagonista, que diz que toda vez que coloca uma camisinha em seu pênis, se sente como um "Golfinho de borracha". Chen Hefetz e Omri Laron interpretam dois homens que se conhecem em uma noite. Chen traz Omri até o seu apartamento. Eles bebem, se divertem e transam. Omri admite para Chem que não gosta de usar camisinha, e que só faz papel de ativo. Chen cede e transa com Omri sem camisinha, e mais: pede para que ele goze dentro dele. Após a transa, ambos tomam banho, apaixonadamente, e passam a noite toda conversando na cama sobre papel sexual do ativo e passivo, sobre amores, sobre relacionamentos. Eles dançam uma música em clima romântico. No dia seguinte, ao acordar, Chen resolve que agora quer fazer o papel do ativo, mesmo sabendo que Omri não curte. Mas Chen entende que eles estão tendo um relacionamento que parece que irá durar, então em seu pensamento, um casal gay apaixonado cede aos impulsos e aos papéis sexuais de ativo e passivo. Com performances corajosas e naturalistas dos dois atores, que se entregam totalmente aos personagens, "Golfinho de borracha" toca em um ponto que é crítico em muitos relacionamentos gays: o papel sexual do parceiro. Tem uma frase decisiva de Chen, que diz a Omri que quando ele é passivo, ele não se sente sozinho no mundo, pois sabe que alguém está ali para ele. Apesar do tema visceral, o filme não é vulgar em momento algum, e sim, delicado e sensível. Uma bela direção que mantém o interesse do espectador durante o filme, totalmente rodado em uma única locação.

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