"A colméia", de Gilson Vargas (2021)
Impactante drama de suspense psicológico realizado por equipe e elenco do sul do Brasil, merecidamente vencedor no Festival de Gramado 2021 na Mostra competitiva gaúcha de melhor fotografia para Bruno Polidoro, que já havia realizado fotografia exemplares em "A pequena morte de Joana" e 'A nuvem rosa".
O filme se apropria de uma atmosfera de filme de terror mas sem que propriamente seja um filme de gênero. É um filme de clima, de sensações, de expectativas. O roteiro chega a ser confuso e hermético às vezes, e o ritmo bastante lento, mas vale bastante a empreitada de assistir a esse filme estanho, belo, fantasmagórico. Além da fotografia, o elenco, formado por descendentes de alemães, e a linda cena final, ao som de "Creep", do Radioheads, cantada em alemão.
O filme é uma adaptação de peca teatral de Diones Camargo, adaptado pelo mesmo e seu diretor. A história se ambienta na ditadura de Vargas, na 2a guerra mundial, em uma cidade rural do interior do Sul. Ali, uma família alemã, com 8 integrantes ( 3 homens e 5 mulheres) se isolam, sem qualquer contato com a civilização. Por serem alemães, são malvistos pela população, e decidem se isolar. O governo proíbe que se fale outra língua que não o português. Eles precisam também se adaptar à cultura higienista e cortar os cabelos, deixando-os curtos, tanto homens como mulheres. E para piorar, os "Bugres", descendentes de indígenas que moram na região, são caçados e vistos como malandros.
São muitos sub-plots, focado principalmente nos irmãos gêmeos. Um filme com ótima direção e desenho de produção. Pena que demora a dialogar com o espectador, poderia expandir mais o seu escopo de público.
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