"Salmonberries", de Percy Adlon (1991)
Quatro anos depois do sucesso avassalador de "Bagda Café", que inclusive foi indicado ao Oscar, o cineasta alemão Percy Adlon lança um drama LGBTQIAP+ intimista, filmado na imensidão do Alaska e na frieza de Berlin. O filme ficou famoso por marcar a estréia como atriz da cantora K D Lang, no papel de Kotzebue, uma figura andrógina que trabalha em uma estação petrolífera no Alaska. Confundida com um homem, na verdade é uma mulher que voltou à região em busca de suas origens e sua família. Kotzebue conhece Roswitha (Rosel Zech), uma alemã mais velha, que fugiu de Berlin oriental, mas teve o marido morto na fuga. Decidida a fugir o mais longe possível da Alemanha, ela foi parar no Alaska. Kotzbue sente uma atração por Roswitha, que está afogada no luto.
Como outros filmes de Percy Adlon, toda a narrativa é estranha, com silêncios. Adlon sempre trabalha em seus filmes com personagens que vivem mundos opostos, mas que se sentem atraídos por algo que é maior que amor e amizade. Um belo filme, que foi bastante criticado na época pela falta de intimidade de K D Lang com a atuação, mas que hoje em dia, com o naturalismo, sôa bastante orgânica na sua personagem bastante complexa.
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