segunda-feira, 6 de setembro de 2021

A nuvem rosa


"A nuvem rosa", de Iuli Gerbase (2021)
Filha do cineasta Carlos Gerbase e da produtora Luciana Tomasi, representantes do excelente cinema gaúcho, a cineasta Iuli Gerbase estréia em um surpreendente filme profético, escrito por ela mesma: escrito em 2017 e rodado em 2019, é assustador perceber o quanto ela foi visionária ao apresentar um mundo onde uma estranha nuvem rosa e tóxica surge no ar e obriga a todos a se trancarem em suas casas, sem poder sair. A nuvem mata em questão de segundos, e para isso, o governo provê alimentação para todos, enviado através de um tubo aéreo. Giovana (Renata de Lélis) e Yago (Eduardo Mendonça) acabaram de se conhecer e transam a primeira vez na casa de Giovana. Com a chegada da nuvem na mesma noite, Yago é proibido de sair, e passa a morar com Giovana. O que no início é uma história de amor e tesão, logo se torna diferença, tanto em questão de afinidades, quanto de pensamento político, de vida e comportamento. Yago quer filho, Giovana não, ela prima pela liberdade. Os anos passam, ela engravida e têm um filho.
O filme tecnicamente é impecável: a fotografia de Bruno Polidoro, a direção de arte e claro, o trabalho dos dois protagonistas, intensos. O filme rodou diversos festivais e fez muito sucesso em Sundance, onde participou em competição em 2021.
Era para ser uma fantasia apocalíptica, mas a realidade se tornou mais feroz e brutal do que a ficção.

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