sábado, 15 de outubro de 2016
Toni Erdmann
"Toni Erdmann", de Maren Ade (2016)
Vencedor do Prêmio Fipresci em Cannes 2016, alem de outros importantes prêmios em Festivais mundo afora, "Toni Erdmann" é um raro filme de gênero alemão. Todo mundo sabe que quando anunciam uma comédia alemã, as pessoas mal esboçam um sorriso. Mas aqui é diferente: durante as suas quase 3 horas de duração, a platéia ri em muitas cenas, descaradamente. E mais: se emociona com cenas de grande voltagem sentimental.
Winfrid ( o fantástico Peter Simonischek), professor de música aposentado, após a morte de seu cachorro, resolve visitar sua filha Ines ( a também fabulosa Sandra Hüller), uma business woman totalmente voltada para o trabalho. Ele chega em Bucareste e para surpresa de Ines, ele surge de repente. Sentindo-se culpada, ela o hospeda em seu quarto de Hotel, mas logo se arrepende: seu pai é um intrometido e tenta sempre fazer piadas para animar a filha, uma mulher séria. Ele cria o personagem Toni Erdmman, que usa peruca e dentadura , e aos poucos, vai transformando a filha em uma outra pessoa.
O tema do filme lembra bastante a recente comédia dramática "A intrometida", com Susan Sarandon e Rose Byrne, no papel de mãe e filha que também mantêm rusgas pelo excesso de zelo da mãe.
Com um excelente trabalho de direção, e uma meia dúzia de cenas antológicas ( a cena de Ines cantando "The greatest love of all", de Whitney Houston, e a cena de aniversário nudista são impagáveis), "Toni Erdmann" agrada pelo extremo carisma do personagem que dá nome ao filme. Mas na verdade, a protagonista do filme é Ines. É através dela que vemos quem é esse pai, e de que forma o mundo machista a maltrata.
Para mim, o flime teria sido uma obra-prima caso tivesse cortado meia hora de filme.
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