domingo, 9 de outubro de 2016
Divinas Divas
"Divinas Divas", de Leandra Leal (2016)
O Teatro Rival, no Rio de Janeiro, completou a pouco tempo 70 anos de existência, testemunhando toda uma efervescência social, política e artística. Na coxia, por um bom tempo, cresceu a menina Leandra Leal, neta do fundador do teatro. Assim como Tatiana Issa no documentário "Dzi Croquettes", Leandra Leal se apegou às suas memórias para construir um belo elo narrativo e emocional com um grupo de transformistas remanescentes do Teatro de revista dos anos 60, apelidadas em um espetáculo de "Divinas Divas". Batalhadoras pela luta contra a diferença e a descriminação, todas elas buscaram o reconhecimento pessoal na Arte. Atrizes, bailarinas, cantoras, as "Divas" são Rogéria, Jane di Castro, Eloina, Marquesa, Camille K, Valeria, Fujika de Halliday e Brigitte de Buzios, que se revezam no filme com relatos impecáveis, divertidos e emocionantes da trajetória pessoal de cada uma. Linda direção de estréia de Leandra Leal, que narra o filme em offs diluídos pela memória do passado. Edição campeã de Natara Ney e um plano sequência que remete ao do filme "Os bons companheiros", memorável e antológico, orquestrada pelo operador de steadicam Gu Ramalho. Imperdível.
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