quarta-feira, 17 de novembro de 2021

Stanislavski: Lust for life


"Stanislavski: Lust for life", de Julia Bobkova (2020)
“Eu não consigo colocar vida nos atores, mas consigo fazer a vida passar através deles.”. Com esse depoimento de um importante preparador de atores inglês, ‘Stanislavski: Lust for life” propõe um debate sobre a importância do revolucionário professor e diretor russo que criou o método e o conceito da memoria afetiva no processo de criação de personagens.
O quão é relevante o método nos dias de hoje, com um público afito a assistir produções da HBO e Netflix?”, pergunta um diretor de teatro russo.
O filme possui entrevistas intensas de cineastas, professores de teatro russo e americanos, como Ivana Chubbuck, discutindo sobre o quão efetivo é o trabalho de Stanislavski. Alguns amam, outros acham fora de moda.
Nikiya Mikhalkov, um dos maiores cineastas russo, fala sobre seu processo de direção de atores, baseado em Stanislavski: ele ensaia os atores diversas vezes. Mas na hora de rodar a cena, ele propõe situações em cima
da hora
, pegando os atores desprevenidos, mas por estarem dentro das personagens, continuam vivos na cena, reagindo aos impulsos externosa
O filme é repleto de exercícios e de cenas impactantes de atuação de jovens atores nos palcos da Moscow Art Theater, co-produtora do filme e berço de Stanislavski.
Uma das cenas mais instigantes é quando um professor russo propõe aos alunos que façam uma cena onde testemunham fogo em suas cacas e alertam os vizinhos. Com reagir a uma situação fictícia e sem terem testemunhado algo na vida real.
Grandes profissionais e atrizes, como Meryl Streep, Isabelle Huppert e Helen Mirren, falam sobre o enorme impacto que o trabalho de Stanislavsky teve sobre eles. Nos ensaios, no palco e no set, eles sentem sua influência todos os dias. Stanislavski, que conseguiu manter sua liberdade e verdadeira arte dentro dos limites do sistema soviético, tudo graças ao poder de seu talento prodigioso.

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