"Mundo novo", de Alvaro Campos (2021)
Drama de baixo orçamento rodado e ambientado na pandemia do covid, "Mundo novo"traz elementos dramatúrgicos de "Adivinhe quem vem para jantar" no contexto do Rio de Janeiro vivendo uma falsa impressão de normalidade na sociedade, e aqui no filme, fazendo emergir as hipocrisias raciais e de classes sociais.
Conceição (Tati Vilella) e Presto (Nino Batista) formam um jovem casal que se formou de forma inusitada, durante a pandemia. Ela advogada, ele artista plástico, decidem comprar um apartamento no Leblon e juntar as economias, fazendo um financiamento. Mas Presto precisa que seu irmão Charles (Kadu Charles), mais velho e detentor dos bens materiais da família, assine como fiador. Ao irem visitar Kadu,o casal sente na pele o que é o racismo e o olhar assoberbado sobre as classes sociais.
O filme, todo rodado em belo preto e branco por Rita Albano e produzido por DIogo Dahl, junto de moradores do Vidigal, tem sua grande força no excelente elenco, que conta também com Polly Marinho, Melissa Arievo, entre outros. Em tom naturalista e todo filmado em uma mansão, o filme traz em suas cores o reforço sobre a cor de pele, e incomoda muito o espectador com a constante implicância de Kadu para com seu irmão que ele considera um caso perdido e a namorada Conceição. Um filme angustiante e certamente viraria uma ótima peça de teatro.
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