quinta-feira, 21 de julho de 2022

Antígona 442 A.C.


 "Antígona 442 A.C.", de Maurício Farias (2021)

Criativa e instigante peça filmada da montagem teatral "Antígona 442 A.C.", dirigida por Amir Haddad e protagonizado por Andrea Beltrão, desde 2016. Esse filme, no entanto, dirigida por Maurício Farias, foi rodado em plena pandemia, após uma das últimas temporadas do espetáculo ter sido abruptamente interrompida com o surgimento da Covid 19.

Misturando documental, montagem teatral e narração, o filme ainda traz o contexto da pandemia, com técnicos e Andrea chegando ao teatro e iniciando o processo de trabalho usando máscaras, e metáforas à situação caótica do Brasil em termos políticos e sociais.
O texto é adaptado da versão brasileira traduzida por Millor Fernandes, da obra original de Söfocles, escrita por volta de 442 A.C, fazendo parte da trilogia tebana, Édipo Rei e Édipo em Colono. A personagem título é Antígona, filha de Édipo, e irmã de Etéocles e Polinice. Filha do incesto de Édipo e Jocasta, Antígona contraria ordem oficial do rei de Tebas, Creonte, que veta o enterro de um dos irmãos dela, Polinices, por considerá-lo traidor. O primogênito morre em campo de batalha vítima do caçula Etéocles, que tampouco sobrevive ao enfrentamento pelo poder.
Para espectadores que como eu, têm pouca intimidade com os personagens, que são muitos e chegam a ficar confusos ao tentar relacionar aa conexão entre eles, o espetáculo procura facilitar o entendimento, com cartazes colados na parede por Andrea Beltrão e didaticamente explicando sobre cada um dos integrantes da linhagem genealógica.
Com 70 minutos de duração, é um tour de force de Andrea, representando diversos personagens e fazendo uso de elementos cênicos e de arte para expôr a faceta de uma sociedade déspota e machista.

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