domingo, 17 de julho de 2022

Entre dois crepúsculos


"Iki safak arasinda", de Selman Nacar (2021)
Excelente drama turco, vencedor de prêmios em importantes Festivais de cinema.
O filme me lembrou bastante a obra prima de Elio Petri, 'A classe operária vai ao paraíso", porém a diferença que aqui é pelo ponto de vista dos patrões.
Em uma fábrica têxtil, um dos funcionários usa uma máquina defeituosa sem tomar as devidas precauções e sofre uma lesão grave que o leva ao hospital. A responsabilidade de garantir que ele esteja seguro e tenha os recursos para se recuperar recai sobre os donos das fábricas, que sentem o ônus de garantir que seu trabalhador se recupere não apenas pelo bem de seu trabalho e família, mas também porque eles seriam culpados por colocá-lo em um ambiente de insegurança. Kadir (Mücahit Koçak), filho do dono da fábrica, é um homem ético e decente que não quer que o mal aconteça a ninguém, e precisa lidar com a preocupação com o funcionário e sua família, e com a pressão que sofre de sua própria família que quer colocar a culpa no funcionário, alegando estar bêbado.
O filme acontece em um período de 24 horas e traz o tema do dilema moral e a ética na pauta, aproximando-o de filmes iranianos. Com excelentes atores e bons diálogos, o filme vai em crescendo de tensão, até chegar a um desfecho óbvio que enxerga que o mundo é governado pelos patrões.

 

Nenhum comentário:

Postar um comentário