"Guermantes", de Christophe Honoré (2021)
Eu sou um grande fã da filmografia do cineasta francês Christophe Honoré. "Quarto 212", "Comer, viver, conquistar", "Em Paris", "Canções de amor", Minha mãe", entre outros. Mas alguns filmes são chatos e pretensiosos, como "Homem no banho", "Metamorphoses".
"Guermantes" entra no 2o time de filmes que não curti. O filme parte de uma premissa que se tornou comum nos dias de hoje, que é fazer metalinguagem do processo de realização teatral: foi assim em "Drive my car", e em 'Antígona 442 AC", com Andréa Beltrão. Filmes que discutem o processo criativo entre o diretor e a trupe teatral, mostra os ensaios, as crises, conflitos, falta de patrocínio. "Guermantes" é um filme ambientado durante a pandemia da covid, e portanto, sofreu, como tantos outros milhares de espetáculos, o cancelamento durante os ensaios, por total impossibilidade de se apresentar a um público ( isso em 2020). Honoré mistura documentário com algo de ficção. A famosa cia de teatro Comédia française está ensaiando "Guermantes", texto de Marcel Proust. O diretor Honoré e os atores da trupe optam por continuar os ensaios no teatro Marigny.
Durante longos 140 minutos, acompanhamos como voyeurs pequenos conflitos entre os atores e o diretor, influenciados pelo desgaste da covid, mas também falando de processo criativo dentro da coletividade. Para quem gosta de teatro, é um filme a se apreciar.
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