"Dudecreeps", de Dylan Hamilton-Smith (2020)
Escrito e dirigido por Dylan Hamilton-Smith, 'Dudecreeps" é um ótimo e criativo curta de terrir, trazendo dois pontos de vista sobre uma mesma história, sendo um olhar feminino e outro masculino.
Escrito e dirigido por Dylan Hamilton-Smith, 'Dudecreeps" é um ótimo e criativo curta de terrir, trazendo dois pontos de vista sobre uma mesma história, sendo um olhar feminino e outro masculino.
Com 40 minutos de espancamento ininterruptos de 4 homofóbicos contra um jovem gay, "Animais" é um dos filmes mais cruéis que já assisti. O filme é inspirado em uma história real: o assassinato de Ihsane Jarfi, considerado o primeiro assassinato homofóbico na Bélgica.
Drama independente americano escrito e dirigido pela cineasta Anna Gutto, tem um dos castings mais bizarros que vi recentemente. A musa francesa Juliette Binoche interpreta uma caminhoneira americana de estradas, irmã de sangue de Frank Grillo, um ator americano. Juliette tentando fazer a americana nascida nos Estados Unidos, falando de forma coloquial, repleta de palavrões, é estranhíssimo. Mas enfim, é Juliette Binoche, e aí o espectador fã da atriz acaba relevando isso. O elenco também tem Morgan Freeman, pela enésima vez interpretando um policial investigativo.
Premiado drama brasileiro, rodado em São Paulo e baseado em história real. O filme é uma reconstituição de um fato que ocorreu em São Paulo em outubro de 2008, na 28a Bienal de São Paulo: um grupo de pixadores, liderados por Djan Ivson (ou Cripta Djan, como é conhecido nas ruas) virou notícia ao invadirem um andar da Bienal e pixarem todas as paredes brancas. Esse andar abria as portas com um andar inteiro vazio, numa metáfora da crise conceitual que assolava a arte tradicional. Apelidou-se aquela edição como a "Bienal do Vazio" e foi um chamariz para os pixadores. Eles foram presos, mas a notícia correu mundo e logo depois, os pixadores foram convidados para bienais de vários países europeus. Anos depois, a própria Bienal os convidou para exporem sua arte, oficialmente. Com produção executiva de Fernando Meirelles e preparação de elenco de Fátima Toledo, o excelente elenco é liderado pelos ótimos Gustavo Garcez, como Trinchas, nome fictício para Cripta Djan, e Bella Camero, como a documentarista Valeria . Ambos, de mundos e identidades culturais diferentes, acabam se apaixonando.
Premiada comédia dramática dinamarquesa,"Homens selvagens" tem como protagonista Martin (Rasmus Bjerg), um homem na meia idade que entra em crise por achar que sua esposa e filhas o acham um fracassado. Martin mente para elas que irá para uma reunião de trabalho e decide viver como um viking: morando solitário nas montanhas, vivendo de caça e sem qualquer tipo de modernidade. Mas quando ele percebe que a vida selvagem é complexa, ele vai até uma loja de conveniências e, sem dinheiro, rouba comida e bebida. Voltando para a floresta, ele encontra um carro acidentado, onde o traficante Musa (Zaki Youssef) se encontra. Ee cuida do rapaz, e a dupla acaba sendo caçada pela polícia.
Dois arrependimentos na vida, um meu, e outro de Morricone: o meu foi de não ter assistido ao concerto do Maestro quando esteve no Teatro Municipal do Rio de Janeiro em maio de 2007. O de Morricone, foi de não ter feito a trilha de "Laranja mecânica", de Kubrick, por pura sabotagem de Sergio Leone, que sem avisar Morricone, disse à Kubrick que ele estava ocupado fazendo a trilha de "Um punhado de dólares".
Premiado drama autobiográfico, adaptado do livro de memórias escrito por Héctor Abad Faciolince e centra-se em seu pai, Héctor Abad Gómez, um proeminente médico e ativista de direitos humanos na polarizada e violenta Medellín dos anos 70. Suas críticas ao regime colombiano levaram ao seu assassinato por paramilitares em 1987. Fernando Trueba, o diretor espanhol, é realizador de importantes filmes, como "A dançarina e o ladrão", 'Chico e Rita".
Premiado curta LGBTQIAP+ de Taiwan, 'Swingin" tem como protagonista Qiu Qiu, um menino de 10 anos que mora com seus pais, um jovem casal gay. O pai biológico de Qiu Qiu se separou de sua esposa assim que se apaixonou pelo seu marido, um músico de jazz afeminado. Qiu Qiu é apaixonado por uma colega, mas por ser filho de um casal gay, todos na escola acreditam que ele também é gay. Qiu Qiu se revolta contra os seus pais e foge de casa.
Premiado drama independente americano, rodado em Montana e com imagens belíssimas em cinemascope. O filme é um drama intimista e doloroso sobre dois irmãos que se reencontram 7 anos depois. Eles seguiram caminhos distintos após um evento violento que ocorreu na fazenda do pai deles, Wade. Ele, um fazendeiro e pai abusivo, agora está em coma após um derrame. Erin (Haley Lu Richardson) trabalha como cozinheira no norte de New York. Cal (Owen Teague) mora em Cheyenne e estuda para se tornar engenheiro civil. Cal quer vender a fazenda, e o reencontro com sua irmã fará os dois se lembrarem de traumas do passado.
Uma grande obra prima do cinema, com roteiro de Sergio Leone e dirigido pelo seu assistente de direção de seus clássicos, Tonino Valerii. Muitos dizem que foi Leone quem dirigiu, pois toda a narrativa, decupagem e visual é exatamente o que Leone fez em seus grandes faroestes. A trilha sonora de Ennio Morricone é tão épica e emocionante que me fez chorar só de escutar enquanto assistia ao filme. O dado curioso é que o cineasta John Landis diz ter feito figuração no filme, rodado no Novo México.
Um drama que renderia uma excelente peça de teatro para 5 atores, 3 mulheres e 2 homens, "O pacto" é a adaptação do livro autobiográfico do escritor dinamarquês Thorkild Bjørnvig (1918-2004), em que narra a estranha amizade com a prestigiada romancista Karen Blixen entre 1948 e 1955. Karen Blixen ficou famosa por ter escrito o livro autobiográfico "Out of Africa", mais conhecido como "Entre dois amores", protagonizado por Meryl Streep e vencedor do Oscar de melhor filme. Ela também escreveu, entre outros, 'A festa de Babette", que também foi adaptado aos cinemas e ganhou o Oscar de filme estrangeiro. Já o cineasta Billie August é um dos raros realizadores duplamente premiado com a Palma de ouro de melhor filme por "As melhores intenções" e "Pelle, o conquistador", este também vencedor do Oscar e Globo de ouro de filme estrangeiro. Depois de retornar da África, a baronesa Karen Blixen (Birthe Neumann) se torna uma referência para a nata intelectual da Dinamarca, recebendo artistas em sua casa para saraus. Ela acaba conhecendo o jovem Thorkild (Simon Bennebjerg) , casado com Grete (Nanna Skaarup Voss, excelente) e com um filho pequeno. Ela lhe propõe um pacto: ela irá ser a tutora de Thorkild e o fará ser um famoso escritor apresentando-o à nata cultural. Thorkild fica fascinado com o estilo de vida rico de Karen, cercada por artistas, e acaba aceitando o pacto, botando em risco o seu casamento. Karen o manipula e o pacto se torna uma relação de poder, onde Karen o obriga a realizar tudo contanto que tenha que obedecê-la cegamente.
Premiado no Festival de Berlim com 2021 o troféu Fipresci, "Leonora, adeus" é um filme que tem como tema principal a morte. O filme começa com a cartela "Adeus, Vittorio", que vem a ser o irmão do roteirista e cineasta Paolo Taviani. Juntos, eles filmaram 28 filmes, mas Vittorio veio a falecer em 2018. Paolo dedica o filme ao irmão, autores de obras primas como Pai patrão", "Kaos", "A noite de São Lourenço", 'Alonsonfan". "Leonora, adeus" é um curioso filme que tem o autor Luigi Pirandello (1867-1936), premiado com o Nobel da literatura costurando os dois segmentos do filme. No 1o, em preto e branco, acompanhamos o delegado Agrigento (Fabrizio Ferracane) acompanhando a urna contendo as cinzas de Pirandello até a Sicília, um pedido do autor antes de sua morte. O corpo do autor é retirado de um cemitério fascista de Roma e levado de trem até a Sicília. No entanto, vários passageiros reclamam sobre a presença das cinzas no trem. No 2o segmento, agora em cores, é a adaptação de um conto de Pirandello chamado "O prego": um imigrante italiano mora no Brooklyn e trabalha com seu pai em um restaurante italiano. Durante um momento de descanso, ele caminha nas redondezas e presencia um enorme prego caindo de uma carroça.. Em seguida, ele avista duas meninas brigando entre si, e chega na menor e a mata com o prego. Ao ser preso, ele diz que "o prego caiu de propósito, e as meninas também surgiram de propósito, como se fossem um chamado, algo que teria que acontecer". O menino jura que vai visitar o túmulo da menina todos os anos até morrer.
Você sabe que tem algo estranho em um filme quando no prólogo o protagonista Six (Ryan Gosling) é apresentado, corta para 18 anos depois, e ele está exatamente com a mesma cara. Mais: o filme é divulgado como o de orçamento mais caro da Netflix, 200 milhões de dólares, e no final, o que fica, é apenas as imagens de explosões e tiroteios genéricos já vistos em muitos filmes. Sim, o filme traz todas aquelas referências de Jason Bourne, John Wick e aquela cacetada de assassinos que são contratados para matar o mocinho, e dou um doce para quem adivinhar como será o final.
O realizador italiano Jonas Carpignano finaliza a sua trilogia sobre a região da Calábria com esse contundente e dramático "A Chiara", depois de "Mediterrâneo"e "A ciambra". O filme venceu um prêmio especial na Quinzena dos realizadores de Cannes e assim como seus outros filmes, trabalha com não atores, na melhor tradição do ne realismo italiano. A família Guerrasio e seus amigos se reúnem para comemorar o aniversário de 18 anos da filha mais velha de Claudio e Carmela. Giullia. Na mesma festa se encontra Chiara, filha mais jovem do casal, de 15 anos, a favorita do pai. No dia seguinte, o carro de Claudio explode na frente da casa e ele desaparece. Chiara descobre pela internet que seu pai é um mafioso foragido, e se espanta que nunca soube nada sobre ele, nem mesmo sua família havia contado nada sobre os negócios escusos dele. Chiara decide buscar o paradeiro do pai e entender os motivos dele para entrar na máfia.
Filmes infanto juvenis brasileiros são sempre bem vindos. "Passagem secreta" tem roteiro de Roberta Takamatsu e foi todo rodado em Londrina, Paraná. Na cartela final, o filme se vangloria de ter oferecido 105 empregos diretos e 225 indiretos. Pegando carona em produções como "Stranger things", "Os Goonies". "Alice no país das maravilhas"e "O mágico de Oz" e muitas outras aventuras , o filme se ambienta na década dos anos 80, e apresenta como protagonista Alice (Luiza Quintero), uma adolescente que vai morar com o seu tio (Fernando ALves Pinto), após a separação de seus pais. Se sentindo deslocada e solitária, ela faz amizade com 3 adolescentes na escola, e todos sofrem bullying. Uma noite, durante um passeio em um parque de diversões, um dos amigos desaparece. Ao procurá-lo, Alice encontra uma passagem secreta, e ali se depara com um mundo governando por um vilão (Arrigo Barnabé).
Eu sou um grande fã da filmografia do cineasta francês Christophe Honoré. "Quarto 212", "Comer, viver, conquistar", "Em Paris", "Canções de amor", Minha mãe", entre outros. Mas alguns filmes são chatos e pretensiosos, como "Homem no banho", "Metamorphoses".
Segunda adaptação cinematográfica da obra infantil escrita em 1955 pela autora Maria Clara Machado. A primeira versão foi lançada em 1962 e contava com trilha de Tom Jobim e Vinícius de Moraes, e agora, a trilha é do craque Tim Rescala, com música de Frejat e Simone Mazzer. No elenco, as crianças Lola Belli e Nicolas Cruz dão vida à Maribel e Pluft, ela de carne e osso, e ele, fantasminha. Quando Maribel é sequestrada pelo pirata perna de pau (Juliano Cazarré) para que ela revele aonde está escondido um tesouro em uma mansão abandonada, Pluft surge para ajudá-la, apesar dele ter medo de gente. Fabiula Nascimento interpreta a Mãe Dona Fantasma, e José Lavigne o Tio. Um trio de marinheiros trapalhões que vão tentar salvar Maribel é formada por Lucas Salles, Hugo Germano e Arthur Aguiar, Os efeitos de pós produção para criar o efeito do fantasma foram rodados em câmeras submarinas, e levaram anos para serem finalizados. É um filme lúdico, que fala sobre o valor da amizade, e fará a festa dos pequenos. Ótima direção de arte e figurinos.
Produzido pelo mestre Dario Argento, e fazendo uma homenagem à sua obra prima 'Suspíria", "Ela vai" levou o importante prêmio de melhor 1o filme em Locarno, Escrito e dirigido pela cineasta Charlotte Colbert, o filme é um terror psicológico que traz temas como bruxaria, assédio sexual e moral junto da questão do #metoo, representado de forma alegórica através de lama e nuvem preta repleta de cinzas que surgem na vida da protagonista Veronica (Alice Krige), uma atriz decadente e que aos 13 anos obteve o auge na sua carreira, ao protagonizar o filme do Cineasta Hathbourne (Malcolm McDowell). Veronica realiza uma cirurgia de mastectomia e decide partir para um refúgio na Escócia, junto de uma enfermeira, Desi (Kota Eberhardt). O cineasta Hathbourne decide fazer um remake do filme e esse anúncio traz para Veronica fantasmas do passado, mais precisamente, o estupro que sofreu quando criança nas mãos dele. Veronica descobre que o retiro foi local de queima de bruxas há centenas de anos, e que as cinzas delas agora surgem para assombrar Veronica.
Criativa e instigante peça filmada da montagem teatral "Antígona 442 A.C.", dirigida por Amir Haddad e protagonizado por Andrea Beltrão, desde 2016. Esse filme, no entanto, dirigida por Maurício Farias, foi rodado em plena pandemia, após uma das últimas temporadas do espetáculo ter sido abruptamente interrompida com o surgimento da Covid 19.
Um filme excêntrico que lembra a filmografia de Mika Kaurismaki, repleto de humor patético e bastante visual, "O ruído dos motores" é a estréia na direção do roteirista e cineasta canadense Philippe Grégoire, rodando seu filme em Navierville, Quebec e na Islândia. O filme é semi-autobiográfico: Gregire foi fiscal da alfândega de fronteira para poder custear os seus filmes.
Excelente curta canadense, vencedor do melhor filme do SXSW, concorrendo em Sundance e vencedor de diversos prêmios em importantes Festivais. Foi considerado pela Academia de cinema canadense como um dos 10 melhores filmes de 2018, sendo inclusive indicado ao Oscar de curta.
Intenso drama romeno, vencedor do prêmio de melhor filme no prestigiado San Sebastian em 2011. Com atuações vigorosas de todo o elenco, acompanhamos Irina ( Ioana Chitu ), 22 anos , que deseja deixar as belas montanhas da Romênia rural para a capital, Bucareste, para se livrar de sua família autoritária. Ela mora em um resort hoteleiro nas montanhas, que pertence a seu pai, mas é administrado pelos primos de Irina. Seu pai vive em Londres após o divórcio com a mãe de Irina, que nada faz quando Irina é abusada moralmente pelos primos, que a escravizam. Por ser a única com estudos, ela é relegada a ser a contadora. Sua irmã, Viki, tenta defender Viki dos abusos, mas ela está mais preocupada com o namoro com um rapaz e fugir com ele. Viki deseja estudar em uma faculdade em Bucareste, mas todos são contra, pois não querem que ela largue o trabalho no hotel. Ao acordar de uma festa, Viki descobre que um homem mais velho fez sexo com ela, irando sua virgindade. Ele alega que foi consensual, mas Viki se aproveita desse contexto para fazer com que o homem a leve embora dali.
Drama de estréia do cineasta italiano Alessandro Grande, que co-escreveu o roteiro. O filme traz um drama psicológico e intimista da jovem protagonista Regina (Ginevra Francesconi). 15 anos, órfã de mãe e morando com o seu pai., Luigi. Regina sonha em se tornar cantora, com a ajuda do pai, também cantor mas que abandonou a carreira para ficar perto da filha e poder sustentar os dois. Ele faz de tudo para apoiar a filha na cantora de filha. Luigi trabalha em um hotel, e nas horas vagas, passeia coma filha de barco em um lago. Em um desses passeios, no entanto, Luigi atropela e mata acidentalmente um mergulhador. Para espanto de sua filha, ele foge do local do acidente, sem prestar socorro, e sua filha passa a fragilizar a sua relação com o pai, até então, um ideal de integridade a ser seguido.
Premiado drama dinamarquês, "Assim como no céu" é adaptação do romance
Filmado durante a pandemia do Covid em 33 dias de filmagem, o filme une o universo fantástico com o realismo de serial killers como 'Sexta feira 13" e "O massacre da serra elétrica", suas maiores inspirações. Infelizmente, Luc Besson escreveu um roteiro sem brilho, com personagens estereotipados, uma história mega hiper clichê, com direito ao grupo todo se separar , o que não faz sentido algum. irritante pelas decisões ridículas, o que era para ser algo curioso, vira um filme sem noção e de final ridículo e claro, óbvio.
Excelente drama que me fez cair em prantos inúmeras vezes, tal a capacidade de emocionar tanto pela porrada que é a história baseada em fatos reais, quanto pelo trabalho excepcional de todo o elenco do filme, mesclando atores e não atores, capitaneado pela brilhante Juliette Binoche, que por anos tentou comprar os direitos do livro escrito pela jornalista e escritora Florence Aubenas "Le Quai de Ouistreham": Aubenas, de classe média rica, se nfiltra por seis meses no universo de faxineiras que vivem de trabalhos precários. Passando tempo ao lado de mulheres que alternam entre empregos instáveis e períodos de desemprego, ela trabalha em estações de trem, limpeza e conhece a realidade de vida das pessoas que encontra nesses lugares.
Drama de baixo orçamento rodado e ambientado na pandemia do covid, "Mundo novo"traz elementos dramatúrgicos de "Adivinhe quem vem para jantar" no contexto do Rio de Janeiro vivendo uma falsa impressão de normalidade na sociedade, e aqui no filme, fazendo emergir as hipocrisias raciais e de classes sociais.
Drama LGBTQIAP+ argentino, concorreu em Tribeca e traz o tema da obsessão pelo corpo perfeito como obstáculo para uma vida feliz e saudável para o adolescente David (Mauricio di Yorio). Sua mãe, uma artista plástica controladora e possessiva, quer usar o próprio filho como objeto de arte em sua próxima instalação. Ela quer que o filho fique com o corpo perfeito projetado por Michelangelo, e para isso, ela o obriga a malhar o dia todo e a tomar wey protein. Com o pouco resultado, David começa a tomar esteróides escondido de sua mãe. Ao mesmo tempo, ele questiona os seus desejos por corpos, mais masculinos do que femininos.
Nove anos depois do criticado "O Grande Gatsby", o cineasta australiano Baz Luhrmann retorna com a ambiciosa cinebiografia do cantor americano Elvis Aaron Presley, o Rei do rock, falecido aos 42 anos de infarto em 1977. O filme cobre o período de 1955 a 1977, e passa por todas as turbulências já conhecidas do grande público. Mas o que o torna único é por fazer uma biografia pelo olhar de seu empresário, Coronel Tom Parker (Tom Hanks), um homem inescrupuloso que roubou boa parte da fortuna de Elvis e fazia dele gato e sapato. Tom Hanks tem uma ótima atuação, mas ofuscada por dois importantes elementos: próteses falsas que denotam a existência de maquiagem pesada, e Austin Butler, que simplesmente consegue a proeza de apagar Tom Hanks em cena. Desconhecido do grande público, tendo feito séries da Disney e uma participação em 'Era uma vez em Hollywood", de Tarantino, como um membro da seita de Charles Mason, Butler deixou no chinelo astros como Harry Styles, Milles Teller, Aaron Johnson e Ansel Egort. Para choque de todos, Austin canta de verdade nas cenas, e o seu trabalho físico e corporal é impressionante.
A história do jovem bailarino cubano Alexis Valdes, atualmente com 22 anos e fazendo parte do corpo de baile da San Francisco Ballet company. Mas o premiado documentário dirigido e fotografado pelo cineasta italiano/nicaraguense Roberto Salinas é de luta, garra e perseverança. O filme acompanha 4 anos na vida de Alexis, mais precisamente, de 2015 a 2019 Em 2015, Alexis, com 15 anos, morava em Cuba e estudava ballet, com muita dedicação. Repleto de amigos na escola e com uma namorada, também estudante de ballet, Alexis entende que a dança é sua paixão. Com a abertura política entre Cuba e Estados Unidos, os pais de Alexis decidem se mudar para Miami, onde a outra filha do casal reside. Alexis deixa os amigos, namorada e o país que ama e precisa reaprender tudo do zero: a falar uma nova língua, a viver na solidão, e principalmente, a recomeçar o ballet, uma vez que a técnica americana é diferente.