quarta-feira, 11 de agosto de 2021

Meu nome é Bagdá


"Meu nome é Bagdá", de Caru Alves de Souza (2020)
Prêmio da mostra geração no Festival de Berlim, "Meu nome é Bagdá" é dirigido por Cauru Alves de Souza, filha da cineasta Tatá Amaral e já premiada pelo seu filme anterior, "De menor".
Caru tem como protagonista de seus filmes mulheres que convivem com a sociedade marginalizada, a periferia paulista. Bagdá, ou Tatiane, seu nome de nascença (Grace Orsato, ótima) mora na Freguesia do ö com sua mãe (Karina Buhr , excelente) e suas duas irmãs. Elas encontram tempo para ajudarem a tia , (Gilda Nomacce, sempre roubando cenas em seus filmes) no bar frequentado por homens machistas. Bagdá lida em seu universo com policiais truculentos, skatistas abusadores e jogadores de pelada homofóbicos. Entre suas amigas, estão Gilda (Paulette Pink), que trabalha no mesmo salão que sua mãe. Quando Bagdá conhece um grupo de skatistas meninas, seu mundo dá um giro e ela entende o seu lugar no mundo.
Totalmente naturalista, com cenas improvisadas e outras enxertadas como fragmentos de vida, o filme ainda encontra espaço para inserir cenas poéticas e lúdicas, como clip musical certamente vindo de "Mulher fantástica", de Sebastian Lelio, e depoimentos de moradores da região, em registro documental. As cenas de skate são muito bem filmadas, e a trilha sonora é destaque. O filme é longo e acaba mostrando uma rotina repetitiva dentro do dia a dia das personagens, ms no geral, é um alerta poderoso sobre assédio e sororidade.

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