"A ultima floresta", de Luíz Bolognesi (2021)
Vencedor em 2018 no Festival de Berlin menção honrosa pelo seu filme "Ex-pajé", o documentarista Luiz Bolognesi volta a receber um prêmio no mesmo Festival em 2021, de melhor filme do público na Mostra panorama, pelo importante e necessário "A última floresta".
Na última cartela do filme, lemos aterrorizados: "Em 2019, o novo governo procura legalizar a invasão dos garimpeiros nas terras indígenas. trouxeram covid, envenenaram o rio com mercúrio, derrubaram florestas. O pajé Davi vem recebendo ameaças de morte por denunciar o garimpo ilegal.""
O filme é dividido em 2 partes: na 1a, entendemos como é a aldeia Yanomami, localizada no norte do Brasil. Na primeira cartela do filme, surge: "Os yanomamis moram há mais de 1000 anos na região, na fronteira entre Brasil e Venezuela. mesmo antes desses países existirem, os Yanomamis já moravam ali nas terras."
Acompanhamos o dia a dia da comunidade, em todos os aspectos.
Na 2a parte, acompanhamos o pajé Davi Yanomami indo para uma palestra em Harvard. O seu discurso, emocionante, é enfático: "Vocês que vivem na outra margem, daqui vocês não enxergam. Aqui na floresta é tudo bonito, mas os brancos que são autoridades lideraram garimpos em nossas terras. Os não indígenas usam muito a palavra Importante. Para vocês que vivem na cidade, importante é a mercadoria. Fazer muita mercadoria, faz mal à floresta. Para nós o importante são os animais, nossa floresta. Importante é dividir o alimento entre o nosso povo, nossa sobrevivência, nosso crescimento, nossa forma de viver."
Em 86, a descoberta de ouro nas terras levou 45 mil garimpeiros a região e mataram cerca de 1800 yanomamis.
O filme merece ser visto pelo mundo todo e ser considerado um importante documento para combater o massacre de uma comunidade.
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