domingo, 13 de dezembro de 2020

Kalel, 15 anos, drogado e prostituído


"Kalel, 15", de Jun Lana (2019)
Poderoso drama LGBTQIA+ filipino, vencedor de diversos prêmios internacionais. Um filme visceral, que traz referências ao clássico filme de Larry Clark, "Kids", onde toda uma geração de adolescentes se vê envolvido com drogas, sexo, prostituição e HIV.
Kalel e sua mãe (interpretada por Jacklyn Jose, vencedora da Palma de Ouro em Cannes por "Ma'Rosa") saem de um hospital público. Kalel tem 15 anos e acabou de descobrir que é portador de HIV. Sua mãe está revoltada, e ao invés de apoiar o filho, ela o agride, com medo de que seus vizinhos descubram que Kalel está positivo. A mãe pede para ele esconder a sua condição de soropositivo de todos. A namorada de Kalel quer fazer sexo com ele e perder a virgindade, mas ele a repele, pois não quer que ela se contamine. Só de raiva, ela morde a boca de Kalel e suga o sangue dele. Kalel é um homossexual enrustido, e está em um tremendo conflito. Ele se droga com seus amigos da escola, e quando não encontra mais apoio de ninguém, se prostitui.
Um filme com excelentes performances, rodado em belíssimo e contundente preto e branco, "Kalel, 15" não faz concessões. É um filme que dificilmente seria realizado aqui no Brasil, pelos seus temas envolvendo menores de idade, interpretado por menores de idade. Um retrato trágico e cruel da adolescência, assim como j; foi "Kids", dos anos 90. O filme termina dizendo que nas Filipinas, o avanço do HIV entre jovens cresce a níveis assustadores.

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