quarta-feira, 30 de dezembro de 2020

Bela vingança


"Promising young woman", de Emerald Fennell (2020)
Vencedor de vários prêmios em importantes Festivais, 'Bela vingança" é o longa de estréia da showrunner da premiada série "Killing eve". O filme é fruto do movimento #metoo, traduzido em um estranho híbrido de humor negro, thriller e drama. Carey Mullighan protagoniza um dos cinco minutos mais odiosos que você verá no ano, uma cena revoltante, que me deixou em dúvida se no final, eu gostei ou não do projeto.
Cassandra (Mullighan) é uma ex-promissora estudante de medicina, mas que abandona tudo em prol de uma vingança: Nina, sua amiga de faculdade, se suicidou após ser vitima de um estupro coletivo dentro da Universidade. Os culpados não foram processados e o caso foi abandonado. Cassandra faz uma lista de todos os homens que estavam no estupro e vai ao encontro de cada um: ela se faz de bêbada, e espera para ver se o homem tomará vantagens sexuais dela ou não.
Uma crítica impiedosa à cultura do estupro, "Bela vingança" se vale muito pela performance de Carey Mullighan, uma
ótima atriz que esperava um papel como esse que alavancasse a sua carreira entre as grandes. Todos os homens pedradores são interpretados por comediantes, uma escolha muito acertada da diretora, provocando um estranhamento no espectador que não estava acostumado a ver aquele ator num papel tão hediondo. A fotografia é toda estilizada, lembrando momentos de "Drive", que a própria Mullighan interpreta, trazendo inclusive elementos de direçao de arte vintage anos 80. O final, bom... assistam e reflitam.

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