"Babenco - Alguém tem que ouvir o coração e dizer: parou", de Barbara Paz (2019)
"Não sei o que veio antes, viver ou filmar", diz Babenco em determinado momento do filme. O documentário de estréía da diretora Barbara Paz venceu o Prêmio em Veneza de melhor documentário em 2019, e foi indicado pelo Brasil para representar o país na disputa de uma vaga ao Oscar de melhor filme internacional em 2021. Um feito extraordinário para um filme que fala à alma e ao coração de fãs de Hector Babenco ou a quem apenas ama a sétima arte. O filme retrata os últimos anos de vida de Babenco, que descobriu estar com Câncer quando terminou de filmar "O beijo da mulher aranha" e por quase 40 anos, carregou a doença consigo, fazendo dela o motivo para continuar filmando mais e melhor, e claro, em busca do filme perfeito. em praticamente todos os seus filmes, o signo da morte está presente, e em seu canto do cisne, "Meu amigo Hindu", Willian Dafoe é o seu alter ego, um homem em estado terminal. Misturando cenas de seus filmes famosos com registros domésticos de Babenco e Barbara no hospital, ou em atividades domésticas ou férias, o filme, rodado em belo preto e branco, é embalado pela melancólica canção de Radiohead, "Exit music". A cena final, em Hong Kong, onde Babenco imagina estar filmando após sua morte, é de fazer emocionar até os corações mais duros.
Vontade de rever toda a filmografia de Babenco! Aquele que se dizia sem pátria: na Argentina era considerado brasileiro, e no Brasil, um argentino.
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