sexta-feira, 13 de março de 2020
O oficial e o espião
“J'accuse”, de Roman Polanski (2019)
Vencedor de prêmios nos Festivais de Veneza e do Cesar francês, provocando a ira de atrizes presentes nos eventos ao receber o troféu de melhor diretor, "O oficial e o espião" é mais uma dramatização do famoso caso Dreyfus, ocorrido na França no período de 1894 a 1906.
O caso ficou famoso por ser um ato anti-semita contra um oficial de artilharia francês mas de origem judia, Alfred Dreyfus ( Louis Garrel). Foram forjados documentos para incriminá-lo e enviá-lo para a Ilha do Diabo. Quando foram descobertas provas concretas de adulteração dos documentos, o governo e o juiz decidiram mantê-lo preso.
O filme é apresentado pelo ponto de vista do Coronel Georges Picquart (Jean Dujardin), um dos responsáveis pela prisão de Dreyfus e anti-semita. Mas ao perceber que algo estava estranho no caso e que Dreyfys provavelmente fi preso injustamente, Picquart resolve assumir o caso e defender Dreyfus, provando sua inocência.
Além da excelente performance de Jean Dujardin e de Emmanuelle Seigner, no papel da esposa de um oficial e amante de Picquart, o filme oferece uma qualidade técnica impecável, que vai desde a trilha sonora do craque Alexandre Desplat. da fotografia de Pawel Edelman ( que trabalhou em outros filmes de Polanski) até a direção de arte impressionante, rica em detalhes. O filme é um espetáculo visual, e também, um belo drama sobre injustiça. O filme tem um ritmo lento, bastante verborrágico e longo, com quase 140 minutos de duração. Mas o elenco poderoso, que inclui Melvil Poupaud, Mathieu Amalric, Vincent Perez e André Marcon, no papel do escritor Emile Zola, que possui uma das melhores cenas do filme, quando o seu famoso texto, "Eu acuso", é citado no tribunal.
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