sábado, 21 de março de 2020
De Caligari a Hitler
“Von Caligari zu Hitler: Das deutsche Kino im Zeitalter der Massen”, de Rudiger Suchsland (2014)
Importante e excelente documentário que faz um retrospecto preciso e detalhado do cinema alemão durante a República de Weimar (1919/1933), período do pós guerra na Alemanha, englobando o cinema mudo e o início do cinema falado nos anos 30.
Tendo como base o livro do crítico de cinema alemão Siegfried Kracauer, o mais importante teórico sobre cinema na Alemanha da época e que migrou para os Estados Unidos em 1933, aonde escreveria seus livros sobre o cinema alemão. O livro se chama “De Caligari a Hitler: uma história psicológica do cinema alemão”. No livro, Siegfried faz um paralelo entre o cinema produzido na Alemanha e o surgimento do nazismo no País. Siegried e Rudiger falam dos filmes mais importantes da República de Weimar, e fazem um paralelo entre os protagonistas dos filmes, que são na sua maioria, tiranos, assassinos, lunáticos, mágicos, hipnotistas, vampiros, todos retratos da Alemanha que eclodiria com a 2a guerra mundial. Assim que acabou a 1a Guerra, a Alemanha se reconstruía, e a população ia aos cinemas em massa. Os filmes produzidos alternavam esse cinema de entretenimento com a busca de novas linguagens, surgindo assim, o expressionismo alemão. Diretores como Frtiz Lang, Murnau, Pabst, e também muitos outros que surgiram com um cinema mais realista, como Ernst Lubitsch, Robert Siodmak, Billy Wilder surgiram nessa fase do cinema alemão. O filme faz um detalhamento sobre a estética do expressionismo, através de cenas dos filmes e depoimento dos cineastas da época e de hoje em dia, como Fatih Akin e Volker SChloendorf. Depois, fala sobre o cinema realista, e de que forma personagens como Dr Mabuse foram premonitórios sobre o surgimento de Hitler. Com a perseguição política e o caos social que se instaurou na Alemanha depois de 1933, com alta taxa de desemprego, crimes e aumento dos preços, criou-se o cenário perfeito para que o Nazismo toma-se o Poder. Muitos artistas e diretores fugiram para outros países, se estabelecendo ou em Hollywood, ou em Paris ou Londres.
Dá uma vontade desesperada de assistir a cada filme citado no documentário, fora isso, conhecer também os vários cineastas citados que hoje em dia estão esquecidos. Também fiquei curioso de conhecer mais sobre os “filmes de montanha” escapistas, de onde surgiu a cineasta Leni Riefehenstal, que valorizavam a natureza e saiam dos centros urbanos, que segundo a ideologia nazista, era um lugar do submundo, dos crimes e prostituição. Imperdível.
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