terça-feira, 31 de março de 2020
Aprendendo a andar de skate em uma zona de guerra (se você é uma menina)
"Learning to Skateboard in a Warzone (If You're a Girl) ", de Carol Dysinger (2019)
Vencedor do Oscar de melhor curta documentário em 2020, o filme é um emocionante projeto feito e dirigido à mulheres. A equipe da diretora Carol Dysinger é quase que em sua totalidade formado por mulheres, com exceção da equipe local que ela teve que contratar no Afeganistão para poder obter permissão de filmar lá. Aliás, Carol somente conseguiu filmar lá por ter visitado o País nos últimos 15 anos, dando aula para jovens alunos que estudam cinema, e também por falar a língua local.
O filme apresenta a ONG Skateistan, fundada em 2007 na capital do País, Kabul,. pelo skatista australiano Oliver Percovich. A grande missão de Oliver era promover educação e condições para que os alunos no futuro se tornassem cidadãos letrados e motivados a lutar por um País melhor. Desde 2007, mais de 8 mil crianças foram atendidas nas várias Ongs espalhadas em países de terceiro mundo. Metade dos alunos são meninas, e é esse o foco do filme.
No Skateistan, as meninas aprendem a usar skate, não somente como esporte, mas também para que elas possam ter segurança, coragem para enfrentar o desafio de cair e se levantar, sempre, promovendo motivação e auto-estima. Ali também elas aprender a estudar, ler, se alimentam. Muitos pais são contra a ida das meninas até a Ong, pois o Afeganistão é conhecido por ser um dos países com piores condições de vida para as mulheres. A partir de determinada idade, as mulheres são proibidas de estudar e as meninas de saírem de casa. Segundo informações do filme, muitas menina são sequestradas na rua, estupradas e assediadas, e isso faz com que os pais a tranquem em casa. A família que tem uma filha sequestrada é desonrada.
O filme é dividido em capítulos, como se fossem o passo a passo para se aprender a andar de skate, e é muito lindo acompanhar as mesmas alunas, que começam inseguras, no final, estarem com a auto-estima elevada.
O filme é um sopro de esperança para uma nação desprovida de direitos humanos, especialmente para as mulheres, e as professoras, que ensinam o empoderamento, relatam que sofrem em casa o bullying dos irmãos. Hino à sororidade.
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