segunda-feira, 30 de março de 2020
O acrobata
"L'acrobate", de Rodrigue Jean (2019)
“O acrobata” é um drama LGBTQI+ repleto de perversões: golden shower, sadomasoquismo, bondage, voyeurismo. Como pano de fundo, a mais profunda solidão que dois homens possam experimentar na grande Metrópole urbana que é Montreal. Em 1993, o cineasta canadense Denys Arcand lançou a sua obra-prima “Amor e restos humanos”, baseada em peça de teatro de Brad Fraser e que expunha a vida de jovens canadenses das mais variadas camadas sociais experimentando a solidão de Montreal. “O acrobata” poderia ser uma dessas histórias, porém com mais visceralidade. Os atores Sébastien Ricard e Yuri Paulau se entregam em performances viscerais, em cenas de sexo explícito repletas de tesão e violência. Christophe é um homem de 40 anos, um bem sucedido empresário. Solteiro, ele está prestes a comprar um apartamento ainda em obra. Ao visitar o apartamento, ele encontra Misha, um acrobata russo sem teto, que estava se escondendo ali. A mãe de Chsristphe está hospitalizada e morrendo, mas ele dedica seu tempo vago para encontros com Misha no apartamento. Misha se acidentou durante uma apresentação e foi demitido da cia de ballet aéreo. Sem dinheiro e sem moradia, ele aceita a casa e comida que Christophe lhe oferece. Em uma relação dominada por Poder, sexo e violência, Christophe e Misga precisam descobrir as suas verdadeiras personalidades.
Com 140 minutos de duração, o filme do cineasta Rodrigue Jean
Remete demais ao cinema do Cineasta chinês Tsai Min Liang, com planos lentos, muitas imagens de paisagens urbanas contrastando com a solidão de seus personagens. Rodrigue Jean Não tem pressa de contar a sua história. É um drama muito doloroso, melancólico e arrebatador no nível do naturalismo e intimidade de seus personagens, que se abrem totalmente para o espectador.
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