segunda-feira, 30 de março de 2020
Midway, batalha em alto mar
"Midway", de Roland Emmerich (2019)
Quando esse filme foi lançado, me perguntei o que faria eu assistir a um filme que já foi feito inúmeras vezes, sobre o tema do ataque japonês à base naval de Pearl Harbor em 1941 e que foi decisiva para os Estados Unidos, até então uma nação neutra, entrar na Guerra? A resposta para mim é uma só: assistir à maior escalação de galãs da nova geração. Somente esse festival de homens bonitos fazendo pose consegue segurar um filme interminável, repleto de cenas de ataques e bombardeios que dão inveja a qualquer jogo de video-game.
Não é qualquer filme que reúne bonitões da nova e antiga safra: Luke Evans, Darren Criss, Aaron Eckhart, Patrick Wilson, Dennis Quaid, Luke Kleintank e uma cacetada de figurantes que parecem saído de algum catálogo da Abercrombie. No time feminino, as mulheres também são todas lindas e exuberantes, mas a que mais me chamou atenção foi Mandy Moore, ex Atriz e cantora adolescente e que agora se tornou uma bela mulher madura.
O diretor alemão Roland Emmerich todo mundo já conhece, e faz um tipo de cinema semelhante ao de Michael Bay: mais entretenimento, menos intelecto. E isso não é uma crítica, pois o cinema passatempo tem a sua função social e cultural. O problema aqui é a falta de profundidade nos personagens, apresentados aos montes. Quando você acha que vai entender um pouco dele, pimba, ele morre. E assim vai.
Em pleno Séc XXI, o filme ainda insiste em retratar os japoneses como vilões caricatos. Existe até uma tentativa de humanizar os japoneses, mas ela logo se esvai. Em determinado momento, um personagem é elogiado pela sua missão e responde: "Não fiz mais do que minha obrigação. Fui contratado para matar japoneses".Clint Eastwood fez melhor em "Cartas de Iwo Jima", apresentando os dois lados da mesma moeda.
O filme é baseado em historia real, e os personagens de fato existiram. Após a batalha de Pearl Harbor, os americanos promoveram, seis meses depois, a Batalha de Midway, também no Oceano Pacífico, decisiva para tirar o poderio japonês dos mares.
Eu sempre choro em filmes que retratam a vida real e nos créditos finais apresentam fotos com os personagens reais. Mas aqui, nem ouve emoção. É um filme correto, mas lhe falta justamente a alma.
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