segunda-feira, 2 de março de 2020
Le Jaguar
"Le Jaguar", de Francis Veber (1996)
Um pajé brasileiro circulando pelas ruas de Paris? Um espírito em forma de um jaguar? Franceses interagindo com indígenas na Amazônia? Gangsters? Brasileiros falando em espanhol?
Sim, os anos 80 e 90 foram bem produtivos para as co-produções estrangeiras no Brasil, principalmente as italianas e francesas. Hoje em dia, os filmes divertem até mais do que na época do lançamento. Muito, por conta do elenco, na época ainda desconhecidos, mas hoje em dia, grandes astros, como Jean Reno e Patrick Bruel. O roteiro e a narrativa envolvem misticismo xamãnico, espíritos do mal, muita sensualidade das índias brasileiras, vilões mais atrapalhados do que pessoas ruins, que só sabem fazer cara feia. Na equipe técnica é possível ver grandes profissionais do cinema brasileiro e que na época deram um duro danado para colocar esse filme meio sem pé nem cabeça na ativa. Não deve ter sido fácil rodar o longa na floresta amazônica, com a fraca infra estrutura do momento. O esforço e valor de produção é bem visível, e por isso, o filme vale ser visto. As cenas com a grande oca e centenas de figurantes é de grande impacto.
Jean Reno interpreta um pesquisador da cultura amazônica que traz o Pajé Wanú ( o ator indígena americano Harrison Lowe, interpretando um brasileiro) para Paris para fazer uma palestra sobre meio ambiente e proposta para salvar a floresta amazônica. No hotel, Wanú cruza seu caminho com François ( Patrick Bruel), um malandro cheio de dívida contraída no jogo. Wanú observa François e está certo de que ele é o Escolhido para salvara Floresta amazônica do espírito do mal. François não acredita. Quando Wanú passa mal e entra em coma, Jean convence Françõis de ir com ele para a Amazônia e tentar salvar Wanú da morte. Ao chegarem na Amazônia, François descobre que os gangsters enviaram capangas para cobrar suas dívidas.
O roteirista e cineasta francês Francis Veber é famoso pelas suas comédias francesas de grande sucesso, como "O closet" e o roteiro de "A gaiola das loucas". Mas em "Le Jaguar", Francis colocou tudo o que há de mais exótico e absurdo em um filme globalizado: o filme não é uma comédia, apesar de alguns momentos que divertem mais pela tosquice ( por ex, as cenas do hospital com o Pajé e a equipe médica). O filme vale pela curiosidade de se conhecer um pouco do passado do cinema brasileiro e as co-produções que mantiveram boa parte da indústria funcionando nas décadas anteriores.
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