segunda-feira, 5 de novembro de 2018

Vida selvagem

"Wildlife", de Paul Dano (2018) Adaptação do livro escrito por Richard Ford, "Vida selvagem" foi co-escrito e dirigido por Paul Dano, que aqui estréia na direção de longa. Paul Dano é um dos atores mais interessantes e talentosos a surgir no cinema independente americano, em filmes como "Sangue negro" e "A pequena Miss Sunshine". A sua direção é absurdamente competente e inteligente, favorecendo planos estáticos para narrar a triste história de uma família em vias de rompimento na América de 1960. O filme é todo pelo ponto de vista de Joe (Ed Oxenbould, magnético), um rapaz de 14 anos, filho de Jerry (Jake Gyllenhaal) e Jeanette (Carey Mullighan). Joe é um bom rapaz: ele é honesto, não mente, e tem seu pai como um herói. Mas Jake perde o emprego, e desestrutura o orçamento da casa. Sua esposa Jeanette decide procurar trabalho, uma vez que Jake ganhou uma postura apática e não procura trabalho. Jake tem sue orgulho ferido quando Jeanette arruma um trabalho como treinadora em uma piscina. Jake decide se alistar para combater incêndio na floresta, e sai de casa, deixando esposa e filho à própria sorte. Com um trabalho fenomenal de performance do trio principal, o filme também tem uma fotografia extraordinária, de Diego Garcia, que fotografou "Boi neon" e "Cemitério do esplendor". Paul Dano tem total domínio sobre sua história e seus atores. É um filme magistral, doloroso, inquietante, e que me remeteu ao clássico de Ang Lee, "Tempestade de gelo". A cena final, da foto, é algo avassaladoramente bela. O filme concorreu em Cannes 2018, na Mostra Camera de Ouro, e participou de vários Festivais.

Nenhum comentário:

Postar um comentário