sexta-feira, 23 de novembro de 2018

Corações puros

"Cuori puri", de Roberto de Paolis (2017) Vencedor de vários prêmios internacionais, "Corações puros"também concorreu no Festival de Cannes 2017 na Mostra Quinzena dos realizadores. A linguagem do filme se assemelha bastante da filmografia dos cineastas belgas Dardenne: protagonistas marginalizados, câmera documental, temática humanista. Agnese é uma jovem de 17 anos, cuja mãe é uma católica super repressora que chega a confiscar o celular da filha para que ela não troque mensagens "obscenas" com suas amigas e pretendentes. A educação dela e regida à mão de ferro. Agnese rouba um celular em uma loja e é presa por um segurança, Stefano, que a acaba liberando. Stefano acaba indo trabalhar de segurança em um estacionamento vizinho a um acampamento cigano, e acaba reencontrando Agnese. Os dois acabam se relacionando, e fazem sexo. Agnese sente-se traída por Stefano, pois a sua religião somente permite fazer sexo após o casamento. Com ritmo lento e arrastado, o filme tem ótimos atores e uma linda cena de sexo. A câmera na mão vai de encontro aos dois protagonistas, mas senti que o filme ficou redundante na segunda metade. Tivesse vinte minutos a menos, o filme ficaria mais interessante. Roberto de Paolis dirige bem seus atores, e acaba fazendo uma crítica à religiosidade excessiva por parte da população italiana, e aproveita para falar sobre a alta taxa de desemprego e imigração dos refugiados. Em determinado momento, uma personagem diz: "O governo paga 2 mil dólares por refugiado e lhe dão casa e comida. Eu que trabalho acabo sendo expulso de casa. Isso é injusto". é um filme que suscita vários temas polêmicos e rende boa discussão após a sessão.

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