domingo, 11 de novembro de 2018

Se a rua Beale falasse

”If Beale street could talk", de Barry Jenkins (@018) Adaptação cinematográfica do livro de James Baldwin, escrito em 1974. Ativista negro , James Baldwin foi uma das figuras centrais do excelente documentário “ Eu não sou o sou negro”, e faleceu em 1987. Barry Jenkins ganhou o Oscar de melhor filme em 2017 por “Moonlight/ sob a luz do luar”, e aqui ele e seu Fotógrafo James Laxton realizam um filme muito bonito de se ver, com luzes quentes contratando com momentos de extrema melancolia. Figurino, trilha sonora e uma montagem que embaralha épocas distintas, favorecendo o tom de romantismo e drama pungente acerca de um jovem casal separado por uma acusação injusta: Tish (Kiki Lane), de 19 anos, e Fonny (Stephan James), 22 anos, se conhecem desde crianças e adultos, resolveram namorar. Mas Fonny, após uma desavença com um policial branco e racista , é acusado de ter estuprado uma mulher branca. Ele vai preso e Tish ao visitá-la, comunica que está grávida. O filme passa a apresentar as memórias de Tish, ao mesmo tempo que ela e sua família procuram uma forma de libertar Fonny da prisão. Particularmente, gosto mais de “Moonlight”. Talvez eu tenha ficado com muita expectativa para “Se minha rua Beale falasse”. Gosto de como o nome da rua entra na história: James Baldwin diz que essa rua, localizado em New Orleans, foi onde nasceu Louis Arnstrong, o jazz e seu pai. E que a Rua Beale é uma metáfora sobre a luta do negro para conseguir ir contra a injustiça, o racismo e o desejo de ser feliz. Excelente direção de Barry Jenkins, que cria momentos de poesia e muita beleza. Mas o ritmo, principalmente na terça parte final, ficou arrastado e me cansou um pouco. Mas o filme reserva pelo menos algumas cenas antológicas: a do convite à família de Fonny para anunciar a gravidez de Tish, a cena aflitiva de Tish trabalhando na loja de departamento e os brancos querendo cheirar sua pele negra e a cena da mãe de Tish, Regina ( a excelente Sharon Rivers), que vai para Porto Rico atrás da mulher que acusou Fonny de estupro.

Nenhum comentário:

Postar um comentário