terça-feira, 20 de novembro de 2018

Todas as canções de amor

“Todas as canções de amor”, de Joana Mariani (2018) Cinema e música sempre andaram de mãos juntas, desde a época do cinema mudo. É mais do que óbvio que uma boa música traZ elementos diegéticos que traduzem os sentimentos dos personagens. Foi assim em filmes como “Ouça essa canção”, de Cacá Diegues, “ 9 canções”, de Michael Winterbottom e “ Alta fidelidade, de Stephen Frears. “Todas as canções de amor” são 2 filmes em um: tem o Musical amparado por uma seleção de músicas que falam de amor, que vai de Blitz, Cartola, Gilberto Gil, Marina Lima, Kaoma, Zeze de Camargo e Luciano. Essa é a melhor parte. Quando o filme parte para a história de dois casais, um nos anos 90 e outro nos dias de hoje, conectados ao mesmo apartamento, fiquei pensando: que gente chata! “White people’s problema “, diria um amigo meu. Gente bonita, rica, mal amada e irritante. Mas para me conectar a essa história, precisei me apegar ao clássico de Coppola, “Do fundo do coração”, e aí entender a proposta dessa galera. É um romance que fala sobre desilusão, falta de comunicação, liberdade, aceitação, e é claro, entender o significado da palavra Amor. Chico ( Bruno Gaglisso) e Ana ( Marina Ruy Barbosa) vivem nos dias de hoje e são recém casados que se mudam para um apartamento luxuoso em São Paulo. Lá, Ana, que quer ser escritora, encontra um aparelho antigo de som e uma fita cassete com o título de “ Todas as canções de amor”, editada por Clarisse ( Luiza Mariani), que viveu ali nos anos 90 com Ruy ( Júlio Andrade) e estão no fim de um casamento. O filme tem linda Fotografia de Gustavo Hadba, direção delicada de Joana Mariani e criativa montagem de Leticia Giffone que mescla os dois tempos. Mas faltou para ser perfeito, um roteiro que tornasse os personagens mais carismáticos. Juro que tive vontade de entrar na tela e dar na cara dos quatro protagonistas.

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