sexta-feira, 9 de novembro de 2018

Simonal

"Simonal", de Leonardo Domingues (2018) Cinebiografia de Wilson Simonal, cantor popular que faleceu no ano 2000, o filme aposta em pirotecnias de câmera, claramente inspiradas em "Boogie nights" e "Birdman" e seus famosos planos-sequências. Passados esses momentos de exibicionismo técnico, o que o espectador encontra é um drama musical que aposta as suas fichas no romance conturbado de Simonal (Fabricio Boliveira) com Teresa (Isis Valverde) - SImonal , segundo o filme, era famoso por conquistar loiras. O filme vai dos anos 60 até 1975, ano em que SImonal fez um Show para tentar recuperar a sua carreira artística, abalada por um crime: SImonal descobriu que o seu contador (Bruce Gonlewsky) estava roubado dinheiro, e por isso, pediu para que um conhecido seu, um agente do Dops (Caco Ciocler) desse um susto no contador. O contador levou uma surra e acabou publicando na mídia que SImonal teria usado agentes do Dops para sequestrá-lo e dado porrada. Essa história destruiu a carreira de SImonal, que até então, era o artista negro mais bem sucedido do Brasil. O filme, que tem na produção os filhos do cantor, Max de Castro e SImoninha, toma partido de que SImonal foi vítima de notícias caluniosas e por ser negro, não teve chance de se recuperar. Em um momento emblemático, Simonal conversa com Elis Regina e pergunta a ela como que ela, passando pela mesma situação que a sua, foi perdoada, e ele não. O filme tem um elenco que defende com garra os seus personagens ( Fabricio Boliveira está bem, uma pena ter sido dublado, e Isis Valverde tem carisma, mas fiquei atordoado com a peruca que ela usava). "SImonal" faz parte de uma linhagem de filmes caros, com excelente qualidade técnica , muita figuração, figurinos, etc ( vide "Chacrinha", "Pixinguinha", "Chatô"). Para quem é fã do cantor, o filme apresenta um arsenal de canções clássicas. Em Gramado, onde concorreu em 2018, o filme ganhou 3 prêmios técnicos: Fotografia, direção de arte e som.

Nenhum comentário:

Postar um comentário