sábado, 24 de novembro de 2018

O segredo de Davi

"O segredo de Davi", de Diego Freitas (2018) Longa de estréia de Diego Freitas, realizador do excelente curta de suspense psicológico "Sal", baseado na história do canibal alemão Armin Welmes, que em 2002, contactou um parceiro sexual pela internet e depois o devorou. Agora, em "O Segredo de Davi", novamente Diego retorna ao tema do assassino que mata por prazer. Só que, diferente do tom do seu curta, ele aposta agora no fantástico e no sobrenatural. O que os aproxima é o tom de homoerotismo latente entre seus protagonistas. Davi (Nicholas Prattes) é um estudante de cinema, órfão de pais. Ele mora sozinho, e tem um grupo de colegas nerds da faculdade. Um dia, ele conhece um estudante de cinema mais velho, Jonatas, e as coisas começam a se tornar estranhas para Davi. Para piorar, ele usa sua câmera para bisbilhotas seus vizinhos, e acaba matando a senhora do prédio da frente. Boa parte da crítica comparou o filme a "A casa que Jack construiu", de Lars Von Triers. O tema até pode ser parecido, sobre um serial killer que não busca suas razões para seus atos criminosos. Mas "O Segredo de Davi" tem um terceiro ato que apresenta um flashback que procura explicar os traumas do protagonistas, e é aí que o filme fragiliza. O filme, que caminhava pelo olhar mais realista, acaba indo para um outro tom, que para mim, fez cair o rendimento do roteiro, até então, interessante. Mas o filme tem qualidades: a técnica, principalmente os efeitos de computação gráfica, e a performance de Nicholas Prattes, que mesmo se cercando de maneirismos , tem um interesse, seja pela juventude e frescor do personagem, seja pela frieza de seus atos.

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