terça-feira, 13 de novembro de 2018

José

"José", de Li Cheng (2018) Curiosa mistural cultural, "José"é dirigido e escrito pelo Cineasta chinês Li Cheng, que em suas andanças pelo mundo, resolveu se estabelecer na Guatemala, um dos países mais pobres do terceiro mundo, e ali, realizar esse drama LGBTQ+ , que acabou vencendo o Queer Lion no Festival de Veneza 2018. O que deve ter despertado a atenção do Juri é o olhar triste e amargo sobre a realidade nua e crua da população Guatemalteca: Um País de forte tradição católica, hoje dominada pelos evangélicos, com alta taxa de desemprego, analfabetismo e crise econômica. Li Chen desenvolve um olhar sem perspectiva de futuro para a sua juventude. José, de 19 anos, filho de uma mãe evangélica e que trabalha clandestinamente como camelô, não estuda e trabalha em um sub- emprego em um restaurante popular. Devoto à sua mãe, José passa partes em pegação, transando com todos os estranhos que puder encontrar através de aplicativos. Em um de seus encontros, ele conhece Luís, que se apaixona por José e quer que ele venha morar com ele em sua cidade e juntos, construírem uma vida em comum José fica dividido entre o amor de sua mãe e o amor a Luís. Lento, sem ritmo, "José" apresenta todos os clichês possíveis e imagináveis sobre o Terceiro mundo. Sociedade machista, aonde o homem abandona sua mulher quando ela engravida; desemprego, homofobia, religiosidade radical; etc. No meio disso tudo, acompanhamos sem muito interesse a vida sem sal e desregrada de José, um personagem totalmente desprovido de carisma. Uma cena merece atenção, mais pela plasticidade do que pela dramaturgia: quando a amiga anuncia que o namorado foi embora, ao fundo, no céu, passa um avião. Ficou bonito. As cenas de sexo são feias, mal filmadas, e a fotografia em muitos momentos ficou escura demais.

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