terça-feira, 13 de novembro de 2018

Guerra fria

"Zimna wojna", de Pawel Pawlikowski (2018) Premiado no Festival de Cannes 2018 com a Palma de Ouro de Melhor Direção , "Guerra fria" resgata aquelas histórias de amor que fizeram muito sucesso nos anos 60, ambientadas na Segunda guerra e que acabavam de forma trágica: "Dr Jivago", "Os girassóis da Rússia", "Quando voam as cegonhas", "A balada de um soldado", entre outros clássicos. Pawel Pawlikowski, que também escreveu o roteiro, resolveu contar livremente a história de seus pais, que na vida real, durante 40 anos, se separaram diversas vezes, se reuniram, se amaram, se odiaram e acabaram suas vidas cada um de um lado de Berlin dividida pelo muro. No filme, o casal é Zula e Wiktor ( os nomes reais dos pais de Pawel). em 1949, Wiktor, um Maestro, resolve ir até as montanhas, em busca de sonoridade e cantores regionais. ele acaba conhecendo a camponesa Zula, por quem se apaixona perdidamente. Durante 15 anos, acompanhamos os vai e vens do casal, que se separa várias vezes, e isso durante o surgimento do regime comunista na Polônia, a fuga de Wiktor para Paris e Iuguslávia, e suas frequentas idas para os shows de Zula. "Guerra fria" é uma obra prima. Mistura drama, romance, musical, tudo de forma harmônica e sublime. A fotografia esplendorosa e triste de Lukasz Zal, indicado ao Oscar por "Ida", outra parceria do fotógrafo com o diretor, é uma obra de arte. Com formato de tela quadrada de 4X3, o filme apresenta um casal carismático e apaixonante, interpretado com brio, garra e paixão pelo casal de atores Joanna Kulig e Tomasz Kot, por quem a gente torce o tempo todo.

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