quarta-feira, 7 de dezembro de 2016

Viva

"Viva", de Paddy Breathnach (2015) Indicado pela Irlanda para concorrer a uma vaga no Oscar de filme estrangeiro em 2016, "Viva" foi todo rodado em Cuba e é um belíssimo filme sobre superação e aceitação. Construído como um melodrama, e por conta disso, é inevitável a reviravolta novelesca no final, com a súbita transformação de personagens antipáticos, o filme tem no elenco a grande força da natureza que um projeto desses necessita: Jorge Perugorria como Angel, o pai bêbado, violento e homofóbico; Hector Medina, como o adolescente Jesus, de 18 anos, cabeleireiro e que se transforma na drag queen Viva, e Jorge Luis Garcia, como a impagável Mama, a Rainha das Drag queen, algo meio Terence Stamp em "Piscilla". Jesus mora sozinho e ganha a vida fazendo cabelos de senhoras, além de pentear as perucas das drag queens de uma casa noturna. Seu sonho é subir nos palcos, e esse sonho acaba sendo realizado por Mama, que acredita em seu potencial. Angel, pai de Jesus, retorna da prisão, e proíbe Jesus de atuar nos palcos. Para se sustentar, Jesus acaba se prostituindo. Como se vê, a forte carga dramática do filme é toda calcada nos estereótipos. A fotografia exuberante, apresentando uma Havana totalmente poética, apesar de pobre, e a trilha sonora nostálgica, bem ao gosto dos filmes de Wong Kar Wai, conferem sofisticação ao filme. A trama do pai e filho acabou fiando longa demais e abafou a melhor parte da trama, que é o núcleo dos drag queens, hilários. esse é um grande dom do filme, alternar humor e drama. Pena que na parte final, pesou demais do drama. O desfecho, óbvio, provando que a arte imita a vida e que necessita dela para se sustentar.

Nenhum comentário:

Postar um comentário