terça-feira, 27 de dezembro de 2016

O sonho de Greta

"Girl asleep", de Rosemary Myers (2015) Baseado em uma peça teatral de Matthew Whittet, esse filme australiano, premiado em vários Festivais, possui uma das cenas musicais mais bizarras e hilárias que já assisti na vida. A tal cena acontece na festa de aniversário da protagonista, e ao som de "You make me feel", do Sylvester, vai apresentando cada um dos convidados como se fosse um show de calouros. Somente por essa cena, o filme já valeria a pena. Mas não para por aí: o filme é totalmente reverenciado à estética de Wes Anderson, misturado a Lewis Carol e sua Alice, e uma pitadinha de Tim Burton. Essa mistura esquizofrênica e insana resultou em um filme totalmente conceitual. Tudo nele é pensado: os enquadramentos, a atuação dos atores, o figurino, a maquiagem, a fotografia, a direção de arte ( o filme acontece nos anos 70), o visual Kitsch e vintage. É um filme para cinéfilos descolados. Definitivamente, quem não entrar no clima do filme aos primeiros 10 minutos, vai adiá-lo para todo o sempre. Greta se muda com sua família, e em seu primeiro dia de aula, ela já sofre bullying das garotas populares e lindas da escola. Elliot, um menino esquisito e nerd, se torna seu melhor amigo. A família de Greta é toda com um pé na loucura. No dia dos seus 15 anos, a mãe de Greta resolve fazer uma festa de aniversário e convidar todos da escola. Desesperada, Greta acaba entrando em um sonho, onde a fantasia irá determinar os rumos de sua vida nessa noite aterrorizante de sua festa. Filme moderninho até dizer chega ( chega ao cúmulo de inserir "legendas explicativas" do filme em elementos do cenário), "O sonho de Greta é curto, tem 70 minutos, e no final, parece uma grande viagem lisérgica. Os filtros usados no filme lembram demais a estética visual de Wes Anderson, e há quem não curta o filme por essa referência explícita. Particularmente, não gosto muito da parte do sonho de Greta, onde ela invade um universo mágico aterrorizante que lembra "Alice" e seus seres monstruosos, mas é o tipo da metáfora muito utilizada pelos roteiristas para fazerem seus protagonistas terem uma virada na história.

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