terça-feira, 27 de dezembro de 2016

Belos sonhos

"Fai bei sogni ", de Marco Bellocchio (2016) Drama melancólico que fala sobre memória e a relação de um homem, Massimo, com a imagem que ele tem de sua mãe, que morreu quando ele tinha 9 anos de idade. Na época, foi dito que ela teve um infarto fulminante, e com essa informação, o menino cresce acreditando que ela foi para o Paraíso ( texto dito pelo Padre). Amargurado pela ausência da mãe, com quem mantinha um relacionamento de amor profundo e de identificação, Massimo é criado friamente pelo seu pai. O filme começa nos anos 60 e segue até os anos 90, mostrando Massimo adulto trabalhando como jornalista e cobrindo matéria sobre a Guerra dos Balcãs. Ao sofrer um ataque de pânico, Massimo é cuidado pela médica Elisa ( Berenice Bejo), com quem depois terá um romance. Confesso que fui com expectativa grande para assistir ao filme, pois sou aficcionado por dramas familiares, mas a longa duração do filme me fez ficar irritado com as diversas sub=tramas que o filme vai se desdobrando. A primeira parte, focada em Massimo criança, é lindo e evoca grandes momentos de filmes de Ettore Scola, mas quando vai para o personagem adulto, o ritmo cai bastante. Por várias vezes fiquei olhando o relógio, e o filme ainda apresenta alguns falsos finais: você acha que vai acabar, e segue para outra trama. A revelação da história real da mãe de Massimo vem no desfecho, mas sem qualquer surpresa. De positivo mesmo, a excelente trilha sonora, que evoca clássicos pop dos anos 60 a 90. O título se refere às últimas palavras que a mãe de Massimo lhe diz antes de morre, enquanto ele está dormindo.

Nenhum comentário:

Postar um comentário