quarta-feira, 21 de dezembro de 2016

O amor no divã

"O amor no divã", de Alexandre Reinecke (2016) Filme de estréia do Diretor de teatro Alexandre Reinecke, adaptado da peça teatral "Terapia de casal", de Juliana Rosenthal, "O amor no divã" parece uma mistura de "Divã" com "Um divã para dois", comédia com Meryl Streep e Tommy Lee Jones. O filme apresenta 2 casais protagonistas, 2 secundários. Temos Roberta e Miguel ( Fernanda Paes Leme e Paulinho Vilhena), ela técnica em estatística, ele personal trainer em academia. E temos Malka e José Stein ( Ze zé Polessa e Daniel Dantas), ela Terapeuta de casais, e ele empresário dono de indústria textil. Os caminhos dos casais se cruzam quando Roberta e Miguel resolvem fazer 5 sessões de terapia com Malka, para assim, tentar resolver a grave crise que se instalou na relação. Paralelo, temos também a rotina no relacionamento de Malka e José, que entrou num aspecto de extrema frieza. "Um amor no divã" pode ser assistido sem medo. Tem bons atores e de uma forma geral é um passatempo. Faltou um olhar mais cinematográfico ao projeto, pois tanto a fotografia quanto a decupagem das cenas foram bem acadêmicas. A fotografia parece reproduzir a luz de um cenário de palco de teatro: tudo está iluminado, sem pontuações, inclusive nas cenas onde os personagens vão dormir, nem os abajures são desligados. A decupagem segue o mesmo padrão o filme todo, sem aproveitar outros ângulos nos apartamentos e no consultório. Vira e mexe os enquadramentos são os mesmos. Mas aí pensei que, sendo o diretor egresso do teatro, tenha sido um pedido dele para a equipe técnica. É um conceito. A edição poderia ter entregue um filme com mais ritmo, já que o filme é bastante dialogado ( adaptado de uma peça teatral). As inserções de dois outros casais, lembra um pouco a estrutura de um comercial de eletrodoméstico, onde casais relatavam histórias de relacionamentos, em plano médio. Ou mesmo aqueles desfechos das novelas de Manoel Carlos, com pessoas comuns relatando em depoimentos a sua rotina. Um dos casais é lésbico, e o outro de terceira idade. No final, o filme entrega o que promete ao seu público alvo: um passatempo descompromissado, por vezes picante ( Paulinho Vilhena tem uma cena dançando com a bunda de fora) e que sirva como espelho das histórias de todo o casal.

Nenhum comentário:

Postar um comentário