quarta-feira, 28 de dezembro de 2016

Te prometo anarquia

"Te prometo anarquia", de Julio Hernández Cordón (2015) Vencedor de vários prêmios internacionais, entre eles, o Fipresci do Festival do Rio 2015 destinado ao melhor filme latino, essa produção mexicana de baixo orçamento inquieta pelo retrato cruel e frio que faz da juventude. Miguel e Jonnhy são amigos, skatistas e amantes. Os 2 vivem na rua , se escondendo em lugares abandonados para usar drogas e transarem. Miguel é classe média e Jonnhy é filho da empregada que trabalha na casa de Miguel. Para sustentar a vida louca vida, eles doam sangue no mercado negro para arrecadar dinheiro. O dono do mercado negro propõe que os garotos arranjem 50 doadores, e assim, poderem ganhar uma boa soma em dinheiro. Entre idosos, mendigos e desempregados, os 50 são fáceis de serem recrutados, mas para desespero dos 2, os 50 são colocados dentro de um caminhão com destino indefinido. Com 3 temas relevantes: a miséria no Mexico, levando a um alto número de pessoas ao desemprego; o aumento da criminalidade, e por fim, o futuro nada promissor para uma geração de jovens perdidos e sem rumo, o filme , que tinha tudo para seduzir o espectador, acaba se mostrando pouco eficiente nas suas denúncias. Mais preocupado em trabalhar a estética do filme, com inúmeras cenas de skate e de uso de filtros, o diretor Julio Hernández Cordón traz um ritmo extremamente lento, e a compaixão pelos protagonistas é nula. Talvez a sua intenção fosse mostrar a total apatia dos protagonistas e do mundo que os rodeia. Mas essa opção foi bastante arriscada, pois o resultado é um filme muito frio e sem alma, quase documental. Como curiosidade, os 2 protagonistas foram escolhidos via Facebook, onde o diretor fez uma postagem buscando novos talentos para o filme.

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