quinta-feira, 29 de dezembro de 2016

Marguerite e Julien

"Marguerite et Julien", de Valérie Donzelli (2015) A cineasta e roteirista Valérie Donzelli foi a sensação de Cannes em 2011 com o filme familiar 'A guerra está declarada", sobre um jovem casal que luta pela vida de seu filho. Agora, em 2015, ela exibiu na Competição oficial do mesmo Festival de Cannes "Marguerite e Julien", um filme polêmico pelo conteúdo e pela opção estética que a cineasta resolveu dar ao filme. Baseado na história real de Marguerite e Julien, irmãos aristocratas que se apaixonaram e mantiveram um relacionamento amoroso foram banidos pela sociedade e a Igreja, e no final foram presos e decapitados. Isso aconteceu em dezembro de 1603. Valérie resolveu dar uma de Sofia Coppola e trouxe modernidade ao seu filme de época. Em "Maria Antonieta", Sofia Coppola incluiu uma trilha sonora pop e elementos de cena que não eram de época, como os tênis All Star. Valerie fez o mesmo: incluiu uma trilha pop, um helicóptero e um carro nas cenas. Além disso, abusou da linguagem moderninha: usa efeito de lente íris ( aquela que fecha um círculo na imagem até desaparecer) e em várias cenas, temos os atores fazendo "Manequim challenge", ou seja, todo mundo congelado até "criar vida" em determinado momento. Tudo soou muito estranho e fora do tom, o que é uma pena, pois o tema é bastante controverso e merecia ter a atenção toda voltada para ele. O ritmo do filme é arrastado, mesmo seguindo uma cartilha de um grande melodrama. O trabalho da dupla central de atores é ótimo, com destaque para Anaïs Demoustier, que trabalhou em "Uma nova amiga", de François Ozon, e "Elles", com Juliette Binoche.

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