quinta-feira, 1 de dezembro de 2016
Estação Liberdade
"Estação Liberdade", de Caito Ortiz (2013)
Curioso drama que procura trazer a estética de Wong Kar Wai para o Brasil, ambientando Hong Kong no Bairro da Liberdade, e ao invés do chinês Tony Leung, temos o sansei Cauê Ito. Em uma trama meio "After Hours", de Scorsese, acompanhamos a história de Mario, um brasileiro da terceira geração de descendentes japoneses, que passa por um grande dilema: ele não se vê nem como japonês, nem como brasileiro. No entanto, aonde ele vai, ele é chamado de "Japonês", de forma pejorativa. Mario não segue a sua cultura oriental, adotando uma postura totalmente de brasileiro. Em crise no emprego e na vida amorosa ( ele mora com uma mulher descendente de italianos), Mario recebe misteriosamente uma carta remetida do Japão. Sem saber ler os ideogramas, Mario entra em colapso e perambula pelas ruas da Liberdade de noite, entre bares, karaokês e mafiosos japoneses.
Rodado em São Paulo e em Tokio, "Estaçao Liberdade" é um filme de sensações. Todo estilizado, em estética publicitária ( Caito Ortiz é um Diretor de publicidade e recentemente dirigiu o premiado "O roubo da taça"), ele é um projeto mais para cinéfilos que curtem uma aura cult. Bem produzido, mesmo que aparente ser um projeto de baixo orçamento, o filme tem uma bela fotografia e direção de arte, fazendo uma bela homenagem a um cinema noir paulistano, bem comum nos anos 80, com os cinemas de Guilherme de Almeida Prado e de Wilson Barros.
No elenco, o filme conta com a participação especial de Fabiula Nascimento.
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