sábado, 23 de janeiro de 2016

Os deuses devem estar loucos

"The gods must be crazy", de Jamie Uys (1980) Clássica comédia Sul africana de 1980, o maior sucesso comercial do País até o momento. Seguindo a linha das comédias malucas americanas dos anos 60, como "It's a mad mad world", "Os deuses devem estar loucos" é um verdadeiro vale tudo. O filme conta a singela história de uma tribo africana que mora no deserto do Kalahari, em Botswana. A tribo, que jamais viu a civilização, vive feliz com o pouco que possuem. São sempre sorridentes, porquê todos se amam e eles desconhecem sentimentos relacionados à raiva, inveja, ciúmes. Todos são felizes com muito pouco. Um dia, um avião passa e o piloto joga pela janela uma garrafa vazia de Coca Cola. A garrafa cai na aldeia. Logo, todos começam a disputar a posse da garrafa julgando que ela tenha sido um presente dos Deuses. Entre eles começa a rolar a discórdia, até que o chefe decide que a garrafa deve ser devolvida para os Deuses. Xi, um dos integrantes da tribo, recebe a missão de seguir pelo deserto afora para devolver a garrafa. Paralelo, temos 3 outras histórias: a de uma jornalista sul africana que, cansada da vida moderna, aceita o trabalho de professora em uma aldeia do Botswana. Temos também um biólogo trapalhão que faz estudo sobre a vida animal e por último, um grupo guerriheiro que tenta tomar o poder, e fracassando, se escondem próximo à aldeia. Todas essas histórias e cruzam e são responsáveis pelo quiprocó que vai se sucedendo. Jamie Yus escreveu, produziu e dirigiu essa comédia. Por trás do humor, existe um discurso sobre a dicotomia homem selvagem X homem civilizado, e claro, quem é o mais civilizado: quem mora na aldeia ou quem vem da cidade grande? O filme também discute o governo na África, onde vários países são subjulgados por ditadores violentos, e a mensagem mais óbvia, a forma como a globalização e o merchandising avança sobre a vida de todo mundo. O filme ficou datado e envelheceu bastante, mas mesmo assim, confere muitos momentos hilários, mais por conta do bizarro das situações. O elenco é bastante amador, a dublagem é uma piada à parte e a tosquice de várias cenas conferem u charme extra ao filme. Sendo condescendente e entendendo que é um filme limitado em termos de produção e aparato de produção, dá para se divertir bastante. Quem estiver em busca de algo mais elaborado, irá se decepcionar. As paisagens são belíssimas, principalmente na cena final. A narração do filme também é um grande achado e uma grande diversão. Nota: 7

Nenhum comentário:

Postar um comentário