domingo, 3 de janeiro de 2016

Ensina-me a viver

"Harold and Maude", de Hal Ashby (1971) Lançado em 1971, o filme escrito por Colin Higgins foi destruído pela crítica e esnobado pelo público. Somente mais d euma década depois ele foi redescoberto e alçado à categoria de filme cult, inclusive em 1997 foi escolhido para preservação no National Film Registry por ter sido considerado um filme culturalmente relevante. Exibido no auge da Guerra do Vietnã, "Harold and Maude" é um libelo contra todas as guerras, sejam elas domésticas, familiares ou sociais. Harold, um jovem de 18 anos, é órfão de pai. A sua mãe tenta a todo custo arranjar uma namorada para ele, mas ele rejeita todas. Harold consulta terapeuta, padre, seu tio militar, mas ninguém consegue lhe dar um rumo, ou melhor, ninguém consegue lhe oferecer o que ele mais deseja: amor. Por conta disso, e para chamar atenção, ele simula vários suicídios. Harold também é fascinado por frequentar funerais. Em uma de suas visitas, ele conhece Maude, uma senhora espevitada e divertida que está para completar 80 anos. Eles se tornam amigos e Maude consegue lhe trazer tudo o que ele queria: atenção, amor e mais do que tudo, alguém por quem ele se preocupe de verdade. Os diálogos são primorosos e espirituosos. Ruth Gordon, que havia recebido um Oscar de coadjuvante por "O bebê de Rosemary", está brilhante. Bud Cort, ator de vários filmes de Robert Altman, entre eles, "Voar é com os pássaros", nasceu para o papel. Impressionante a atuação dos 2, que comovem o espectador alternando momentos de melancolia, alegria e drama. O filme critica a Guerra ( tem um plano sensacional que faz referência a "E o vento levou", faz alusão ao movimento Hippie e ainda critica o papel do negro na sociedade, ao relegá-lo ao único papel de um motorista de um militar. O filme atira para todos os lados, e reserva alguns dos momentos mais brilhantes e sensíveis do cinema. Trilha sonora de Cat Stevens, é um programa obrigatório para todos que acham que a vida não vale a pena, e claro, que querem ver atuações estupendas de um elenco em estado de graça. A peça teatral baseada no filme até hoje faz sucesso no mundo inteiro. Nota: 10

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